Em rebelião articulada, vereadores do MDB e de partidos aliados se unem à oposição para derrubar vetos aos projetos do Marmita Solidária e da pesca na Lagoa.
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Vereadores derrubam vetos do prefeito Eduardo Hagge (MDB) a projetos de lei sociais. |
Em um revés político avassalador, prefeito de Itapetinga perde o controle de sua própria base, que se uniu à oposição para derrubar vetos a projetos sociais, em um claro sinal de crise de governabilidade.
A manhã desta terça-feira, 19/08, na Câmara de Vereadores de Itapetinga foi mais do que uma sessão legislativa rotineira; foi um tribunal político. Em uma demonstração clara de força e insatisfação, a base aliada do prefeito Eduardo Hagge (MDB) articulou sua própria rebelião e, com ajuda da oposição, infligiu ao chefe do Executivo uma dupla e humilhante derrota. A mensagem foi incisiva: a governabilidade de Eduardo está sob grave ameaça.
O placar final foi um retrato nítido do isolamento do prefeito: 8 votos a 6. O muro de contenção que deveria protegê-lo ruiu por dentro. Vereadores de seu próprio partido, o MDB, junto com aliados do Solidariedade e Podemos, cruzaram as linhas de batalha e se aliaram aos oposicionistas do PSD para enterrar os vetos do prefeito.
O primeiro sinal de alerta soou com a derrubada do veto a um projeto de menor impacto financeiro, de autoria do vereador Tarugão (MDB), que regulamenta a pesca recreativa na Lagoa. A rejeição do veto, em um tema considerado simbólico, foi o aviso inicial da tempestade que se formava no plenário. Vereadores já taxavam as decisões de Eduardo Hagge como "políticas" e "autoritárias", um reflexo da crescente insatisfação com os rumos de sua administração.
Nas cordas, Eduardo Hagge está cercado de assessores que trabalham contra ele(Click Aqui)
Contudo, o golpe mais profundo e vexatório estava reservado para o fim. O projeto da vez era o de maior peso social e orçamentário: o "Marmita Solidária", do vereador Valquírio Lima, o Valquirão (MDB), que prevê refeições gratuitas para famílias em extrema pobreza. Foi nesse momento que a base de Eduardo Hagge se esfacelou por completo.
Ignorando os apelos desesperados do líder do governo, Neto Ferraz (PDT), que argumentou em vão pela manutenção do veto, a bancada governista insurgente fechou questão. Liderados por Valquirão, os rebeldes, incluindo Peto (MDB), Telê (MDB), Tarugão, Daniel Lacerda (Podemos) e Sol dos Animais (Solidariedade), viraram o jogo e garantiram a aprovação do projeto altamente social e voltado aos pobres, obrigando o município a arcar com a despesa.
A derrota não foi apenas numérica; foi um espetáculo de quebra de confiança e uma demonstração pública de força de um grupo now claramente dissidente. O recado mandado ao gabinete do prefeito foi tão incisivo quanto dramático: Eduardo Hagge terá que juntar os cacos de seu grupo se quiser evitar que o controle da cidade lhe escape das mãos.
A derrota de hoje não é um episódio isolado. É o aperitivo de uma crise que se anuncia. A governabilidade, claramente ameaçada, pende sobre a administração gabiraba como uma espada. O prefeito, enfraquecido e isolado em seu próprio reduto, é agora obrigado a encarar uma realidade política nova e brutal: a guerra não está apenas do lado de fora; instalou-se dentro de casa.
Com a derrubada dos vetos, Marmita Solidária e Pesca Recreativa na Lagoa viram leis municipais e passa a valer a partir de hoje, com a homologação aos projetos de lei sancionados pelo presidente da Câmara de Itapetinga Luciano Almeida (MDB).
Veja como votaram os vereadores:
Contra os vetos do prefeito (8 votos)
Valquirão (MDB)
Tarugão (MDB)
Peto (MDB)
Telê (MDB)
Sol do Animais (Solid)
Daniel Lacerda (Pode)
Diga Diga (PSD)
Sidinei do Sindicato (PSD)
A favor dos vetos (6 votos)
Neto Ferraz (PDT)
Sibele Nery (PT)
Manu Brandão (MDB)
Tiquinho Nogueira (PSD)
Pastor Jean Doriel (PL)
Anderson da Nova (UB)
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