Reação nas redes sociais obriga vereadores do prefeito silenciarem diante de ataques a derrubar veto que negava comida a quem tem fome.
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Redes sociais não perdoaram vereadores que votaram contra o programa em combate a fome. |
A política ainda não aprendeu que não se brinca com a fome. Em Itapetinga, a tentativa do prefeito Eduardo Hagge (MDB) de barrar o projeto “Marmita Solidária” gerou não apenas indignação, provocou uma verdadeira revolta digital que sacudiu os alicerces da política local.
O projeto, de autoria do vereador Valquírio Lima, o Valquirão (MDB), tinha um objetivo simples e urgente: alimentar pessoas em situação de extrema pobreza. O prefeito, no entanto, vetou a proposta sob a justificativa de “insegurança jurídica”, um argumento técnico que foi amplamente interpretado como um pretexto frio para negar comida a quem passa fome.
Prefeito Eduardo Hagge sofre dura derrota na Câmara com derrubada de vetos (Click Aqui)
A resposta da população foi imediata e contundente. Nas redes sociais, o gesto do prefeito ganhou contornos de escândalo moral. Indignados, internautas transformaram a pauta em trending topic local, escancarando o abismo entre a política institucional e a realidade nas ruas. E não pouparam ninguém: os vereadores que acompanharam o veto também se tornaram alvos do clamor digital.
Entre os mais criticados estão Sibele Nery (PT), Pastor Jean Doriel (PL) e Manu Brandão (MDB). Apesar de ostentarem discursos ligados a causas sociais e comunitárias, os três votaram contra a proposta e foram cobrados publicamente, enfrentando uma onda de exposição e reprovação nas redes. Memes, posts indignados e mensagens de voz de protesto viralizaram, transformando o caso em um símbolo de descaso com os mais pobres. Os demais vereadores Tiquinho Nogueira (PSD), Neto Ferraz (PDT) e Anderson da Nova (UB) que votaram a favor do prefeito e contra o 'marmita solidária' preferiram o silêncio que deferem seus colegas nas redes, afinal, esse três haviam escapados ilesos das enxurradas de críticas vorazes.
Enquanto isso, aliados do prefeito tentaram conter o estrago. Em grupos de WhatsApp acusaram o site IDenuncias de espalhar fake news e, em uma tentativa desajeitada de controle de danos, afirmaram que Eduardo Hagge “jamais se voltaria contra os pobres”. Mas o estrago já estava feito. Nenhuma assessoria de comunicação é capaz de reverter a imagem de um gestor que barra um projeto de combate à fome.
Marmita: o que leva vereadores petista, pastor e ativista social a votar contra uma lei de combate a fome (Click Aqui)
Em uma articulação inédita entre vereadores, a Câmara Municipal reagiu. E a derrubada do veto foi histórica, não apenas por sua dimensão simbólica, mas por representar uma vitória da sociedade civil sobre a insensibilidade da Prefeitura de Itapetinga e seu governante. A decisão marcou também uma ruptura dentro da base governista, revelando fissuras que podem se ampliar.
Alguns nomes se destacaram nesse embate como defensores da dignidade humana: Valquirão (MDB), autor do projeto, ao lado de Peto (MDB), Telê (MDB), Sol dos Animais (Solidariedade), Daniel Lacerda (Podemos), Tarugão (MDB), Diga Diga (PSD) e Sidinei do Sindicato (PSD).
O episódio da Marmita Solidária expôs, de forma crua, uma ferida antiga: o pobre ainda precisa lutar até por um prato de comida. Mais do que uma crise política, o que se viu em Itapetinga foi um choque de valores, entre a frieza do poder e a urgência da fome.
É marmita já, é vida que segue...
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