Com aliados fugindo para o sobrinho, prefeito recria velha tática: quanto mais candidatos no páreo, mais difícil enxergar quem está perdendo.
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| Prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), anuncia apoio a deputados estaduais de Carlinos Sobral (MDB) e Niltinho (PP). |
A política em Itapetinga virou um verdadeiro drama de família. De um lado, o prefeito Eduardo Hagge (MDB). Do outro, seu sobrinho e ex-prefeito Rodrigo Hagge, em busca de partido. E no meio, uma disputa que divide a cidade e ameaça o futuro político do tio.
Há quase um ano no cargo, Eduardo Hagge parece ter percebido que enfrentar o próprio sobrinho nas urnas não seria fácil. Pelo contrário: seria um “tiro no pé”. O rompimento entre os dois abalou o grupo político do prefeito, e aliados históricos, os chamados “gabirabas” começaram a migrar para o lado de Rodrigo.
Com o apoio interno minguando, a solução encontrada pelo prefeito foi criar uma “cortina de fumaça”. Como? Incentivando a candidatura de outros nomes a deputado estadual, como o pouco conhecido na região de Itapetinga, o deputado estadual Niltinho (PP), para dividir os votos que, em tese, iriam para o sobrinho.
A estratégia é clara: evitar que Rodrigo se destaque sozinho e, assim, disfarçar uma possível derrota nas urnas. Enquanto isso, o candidato oficial de Eduardo, Carlinhos Sobral (MDB), escolhido a dedo pelos notórios ‘mãos leves’ Geddel e Lúcio Vieira Lima (MDB), pode acabar perdendo espaço no meio do “fogo amigo”.
Brigas dos Hagge põem em xeque o sucesso eleitoral de Jerônimo em Itapetinga.
E não para por aí. Há rumores de que o prefeito também estuda apoiar mais nomes a deputado federal, já que a aliança entre Rodrigo Hagge e o deputado federal Antônio Brito (PSD) preocupa, e muito, o grupo do atual prefeito.
E, para piorar, há no horizonte um possível acordo que pode mudar completamente o jogo: a líder opositora Cida Moura considerando apoiar a candidatura a deputado estadual de Rodrigo Hagge. Em contrapartida, o ex-prefeito retribuiria com apoio à candidatura de Cida à prefeitura de Itapetinga em 2028. Uma aliança dessa magnitude isolaria ainda mais Eduardo Hagge, transformando a disputa familiar em uma guerra política sem quartel.
No fundo, a jogada de Eduardo Hagge é pura maquiagem política. Em vez de fortalecer seu candidato, ele espalha candidaturas para ninguém perceber que a base dele está rachando. Enquanto o sobrinho cresce, o tio aposta no “quanto pior, melhor”. Só que, no jogo eleitoral, essa tática pode sair pela culatra.
No final, quem decide é o eleitor. E ele não costuma gostar de tapeação.
É confronto, é vida que segue...

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