Prefeito Eduardo Hagge troca o certo pelo duvidoso, e pesquisa mostra que o tiro saiu literalmente pela culatra.
![]() |
| Prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB) promove café da manhã com novo aliado vindos da oposição. |
Um levantamento interno encomendado por partidos aliados ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) revela uma situação delicada para o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB). A pesquisa, mostra que a aposta do prefeito em trocar antigos aliados por ex-adversários políticos não deu o resultado esperado e o deixou em uma posição eleitoralmente frágil.
A pesquisa foi realizada por telefone por um instituto de Salvador nos dias 3 e 4 de novembro, ouvindo 843 pessoas. O objetivo era medir a temperatura política na cidade, um movimento comum quando a cúpula estadual quer avaliar a força de seus possíveis aliados locais.
O governador Jerônimo recebeu Eduardo Hagge de braços abertos recentemente, mas os números a que o site IDenuncias teve acesso parcial podem causar preocupação no Palácio de Ondina. A popularidade do prefeito, que assumiu há menos de 11 meses, é considerada baixa.
No cenário municipal, a imagem de Eduardo Hagge é de fraqueza. A pesquisa o coloca em um preocupante terceiro lugar na preferência do eleitorado, com um percentual de apenas um dígito.
Quem lidera a simpatia dos itapetinguenses é a líder oposicionista Cida Moura (PSD). Em segundo, aparece uma figura familiar: o ex-prefeito Rodrigo Hagge, sobrinho do atual prefeito. Ou seja, Eduardo está atrás tanto de sua principal adversária que enfrentou na eleição passada, quanto de seu próprio sobrinho, de quem se distancia.
Brigas dos Hagge põem em xeque o sucesso eleitoral de Jerônimo em Itapetinga.
O quadro fica ainda mais arriscado se houver uma aliança entre Cida Moura e Rodrigo Hagge para 2026, com a oposição apoiando o ex-prefeito para deputado estadual, mirando a prefeitura em 2028.
A raiz do problema, segundo a análise política, foi uma aposta arriscada do prefeito. Para formar um grupo político que fosse exclusivamente seu e sair da sombra do sobrinho, Rodrigo Hagge, Eduardo decidiu trocar sua base de apoio.
Ele afastou grande parte dos aliados históricos da família, os chamados "gabirabas" (seguidores fiéis de seu pai Michel Hagge), e até vereadores do seu próprio partido. No lugar deles, trouxe para o governo, nomes que até pouco tempo atrás eram da oposição e que criticavam publicamente o "clã Hagge".
A ideia por trás dessa jogada era que os novos aliados, vindos da oposição, trariam consigo os votos que conquistaram nas últimas eleições. No entanto, a pesquisa mostra que isso não aconteceu.
A dianteira de Cida Moura nas intenções de voto e a colocação de Eduardo Hagge atrás até do sobrinho indicam que os novos parceiros do prefeito não carregam a base eleitoral que se imaginava. O prefeito, ao se desfazer de seus antigos apoiadores, pode ter ficado sozinho, sem conquistar os votos da oposição e perdendo o suporte de sua base original.
O retrato é de um gestor que, mesmo com o cargo mais importante da cidade, vê sua influência eleitoral minguar após uma manobra política que, pelos números, não saiu como o planejado.

Social Plugin