Igreja Universal recebeu mais de R$ 72 milhões do esquema de pirâmide financeira

Igreja Universal recebeu mais de R$ 72 milhões do esquema de pirâmide financeira

Igreja Universal do Reino de Deus recebeu mais de R$ 72 milhões de 'faraó' das criptomoedas, que já foi pastor da denominação.

Igreja Universal recebeu mais de R$ 72 milhões do esquema de pirâmide financeira
Receita Federal aponta que a Igreja Universal do Reino recebeu do faraó das criptomoedas a quantia de mais de R$ 72 milhões em doações.

Entre as 27 empresas e pessoas físicas que receberam quantias mais vultosas da GAS Consultoria Bitcoin e de seu dono, o ex-garçom e ex-pastor Glaidson Acácio dos Santos preso na semana passada acusado num esquema de pirâmide financeira com criptomoedas, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), apontada pelos órgãos de fiscalização financeira de ter recebido R$ 72,3 milhões em doações proveniente do esquema.

Apesar da aparente justificativa, os valores das operações passaram a chamar muita atenção: nos últimos 14 meses, Glaidson efetuou transferências da ordem de R$ 12.813.000,00, enquanto a empresa G.A.S. doou R$ 59.490.000,00", diz o documento, que apresentou uma planilha com as datas e valores de todas as transações.

Após a caso vim a tona, a Igreja Universal do Reino de Deus entrou com uma ação judicial para antecipar provas, temendo ser “envolvida em crimes que suspostamente não teria praticado, pelo simples fato de ter recebido, de boa-fé”, a milionária doações do ex-garçom e empresário de criptomoedas Glaidson Acácio dos Santos, dono da GAS Consultoria Bitcoin. As informações são do jornal O Globo.

A Receita Federal levantou que a igreja recebeu aproximadamente R$ 29 milhões entre 2018 e 2020, mas a própria Universal já confirma ter recebido valores ainda mais altos, alcançando a quantia de R$ 72,3 milhões, entre 4 de maio de 2020 a 12 de junho de 2021.

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Para sair do vermelho, Igreja Universal pede o auxílio emergencial dos fieis. (VEJA AQUI).

Segundo a igreja, Glaidson já foi pastor da entidade e colaborava, assim com outros fiéis, “com o sustento do templo” de Cabo Frio, na Região dos Lagos, onde ele frequentava os cultos. A Iurd diz ainda que o acusado se desligou da instituição religiosa e deixou de frequentar os cultos, "sem apresentar nenhuma explicação".

Ainda de acordo com O Globo, antes de apresentar a ação de produção antecipada de provas, a Universal procurou Glaidson por meio de um pastor para cobrar explicações sobre a motivação das doações.

Para a Polícia Federal, Glaidson que transferiu milhões de reais para dezenas de contas inclusive para a Universal, teria praticado crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, tendo em vista o caráter atípico dos negócios, como doações feitas em valores muito altos, mediante transferência bancária ou cartão de crédito, de forma fragmentada, sem comunicação prévia, incompatível com o padrão de doações realizadas à instituição religiosa e às atividades desenvolvidas pelos doadores.