Iniciativa dos movimentos de ruas que impulsionaram o impeachment de Dilma, fracassam contra Bolsonaro, sem as presenças do PT, PSOL e PC doB.
Movimentação na avenida Paulista nos protestos pró-Bolsonaro, em 7 de setembro (à esq.), e contra o presidente, hoje (à dir.). |
As manifestações convocadas pelos grupos de centro-direita Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Livres ocorrem neste domingo, 12, em ao menos 17 capitais brasileiras, demonstraram que a terceira via está distante de ocupar um espaço na eleição 2022, já polarizada entre Lula e Bolsonaro.
Presença de público na avenida paulista em São Paulo no ato 12 de setembro em a favor do impeachment de Bolsonaro. |
Os atos marca o primeiro evento em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro encabeçado por tais movimentos suprapartidários, que ganharam projeção durante a campanha pelo impedimento de Dilma Rousseff (PT) em 2016.
E pela movimentação de pessoas nas ruas, pode ser considerado um fracasso diante o 7 de setembro dos bolsonaristas e de atos contra o presidente realizados pelas esquerdas. Varias capitais registraram atos pela manhã e atarde, mas todos com baixa adesão. Belo Horizonte, Rio São Paulo reuniram os maiores contingentes.
Ato em Belo horizonte, MG, na parte pela manhã do domingo foi a manifestação que registrou o maior números de pessoas. |
Ao ir às ruas hoje, os grupos buscam criar uma alternativa no movimento pró-impeachment de Bolsonaro ao protagonismo da esquerda os principais partidos e entidades do setor, como o PT e o PSOL, não aderiram formalmente à ação deste domingo, mesmo depois de os organizadores abandonarem o lema “Nem Bolsonaro, nem Lula”. Mas cartazes foram vistos nas manifestações.
No Rio de Janeiro, o atos foi em Copacabana, e teve baixa adesão, devido ao número de pessoas ato foi ridiculizada por bolsonaristas que passavam pela orla. |
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) está presente na manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo e lamentou a baixa presença de publico. Para ele, a adesão da esquerda seria importante para o ato, mas os cartazes de "nem Lula nem Bolsonaro" atrapalham a união da oposição.
Bolsonaristas mentem para bolsonaristas nas redes sociais. (VEJA AQUI). |
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), decidiu ir ao ato contra seu rival Jair Bolsonaro na avenida Paulista. A manobra foi vista inicialmente como de alto risco pelos seus aliados, que o aconselharam a não comparecer por dois motivos. Primeiro, o risco de a manifestação ser bastante inferior à comandada pelo presidente no 7 de Setembro. Segundo, o de haver rejeição à sua presença, talvez com vaias. Ruim para que deseja ser candidato presidencial pelo PSDB.
A manifestação na Avenida Paulista, que começou às 14h, tem uma reunião de concorrentes ao Executivo, como os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Cidadania). A presença cresce a cada momento, mas não demonstra que terá a grandeza organizada pelo PT e legendas das esquerdas nas últimas manifestações contra Bolsonaro.
Atos a favor de Bolsonaro
O cenário na Esplanada nesta manhã de domingo (12), era bem diferente da última terça-feira, 7, Dia da Independência. No início deste semana, apoiadores do presidente se reuniram na Esplanada do Ministério para manifestações com pautas antidemocráticas, com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). O próprio presidente participou dos atos em Brasília e na Avenida Paulista, em São Paulo.
A presença de bolsonaristas para defender o presidente mingou, neste domingo ocorreu após o presidente recuar do tom adotado por ele próprio nos discursos de 7 de setembro e pelos seus apoiadores e divulgar carta em que até elogiou o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Após chamar o ministro de "canalha" e afirmar que não cumpriria decisões do magistrado, Bolsonaro disse que as declarações foram feitas no "calor do momento" e que não teve intenção de agredir qualquer Poder. A carta foi elaborada pelo ex-presidente Michel Temer e assinada por Bolsonaro.
Um dos filhos do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro ironizou a manifestação da centro-direita com protesto "Nem Lula, nem Bolsonaro", ao postar em seu perfil no Twitter "EU FUI, EU RIR":
EU FUI / EU RI pic.twitter.com/snXUHd4t6M
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 12, 2021
A mudança de postura de Bolsonaro provocou uma indigesta debanada de apoiadores radicais do presidente, esses, eram considerados os principais combustíveis responsáveis por impulsionar as manifestações bolsonaristas nas redes sociais. Sem os radicais, o presidente perdeu sua principal maquina de mobilização.