Bolsonarismo desvirtua pastores a ponto de dizer que mendigo tem dever bíblico de passar fome

Bolsonarismo desvirtua pastores a ponto de dizer que mendigo tem dever bíblico de passar fome

Líder de igreja paulistana diz que mendigo tem dever bíblico de passar fome e é duramente criticado nas redes sociais.

Bolsonarismo desvirtuar pastores a ponto de dizer que mendigo tem dever bíblico de passar fome
Pastor Marcos Granconato, amante das armas de fogo, gera polémica com suposta fala bíblica que mendigo tem o dever de passar fome.

A ideia bolsonarista é tudo de ruim, isso nós sabemos. Mas até onde deve afeta a humanidade dos brasileiros que sempre foi descrito mundo afora como almas generosas, alegre e gentil? Bem, parece que esta ficando no passado. Depois da inacreditável cena da benção de pastores a um arsenal de armas de fogo, ouvir falar em um líder da Igreja Batista Redenção, dizer que "a maioria dos mendigos têm o dever bíblico de passar fome”, nada mais assusta e muito menos surpreende, já que no governo Bolsonaro pastor evangélico corrupto virou moda em Brasília. 

A pandemia Covid que revelou o lado mais obscuro das mega-igrejas lideradas por figuras conhecida nacionalmente, na busca por mais dinheiro em troca da salvação, também evidenciou o lado insano de pastores evangélicos que se entregaram a política bolsonarista ainda mais insana. Quando os brasileiros assistiram pastores ungindo e invocando nome de Jesus Cristo para abençoar um arsenal, a cena espantou, mas logo foi ridicularizada nas redes sociais o papelão dos religiosos a mando de um delegado da Policia Civil do Paraná.

Agora, surge o lado insano-desumano da figura de um pastor evangélico, o melhor dizendo, um líder da Igreja Batista Redenção, Marcos Granconato, que escreveu em suas redes sociais que "a maioria dos mendigos têm o dever bíblico de passar fome". A postagem, feita no domingo (1º), não está mais visível. Após o comentário, muitas pessoas passaram a criticá-lo vorazmente.

Comentário de pastor sobre moradores de rua teve repercussão nas redes sociais.

De acordo com o religioso, os mendigos devem passar fome, "pois Paulo diz aos tessalonicenses: ‘Se alguém não trabalha, que também não coma’". A publicação chegou a ter mais de 750 comentários e ao menos 250 compartilhamentos, antes de o pastor restringir quem poderia se manifestar ali.

Internautas, então, deixaram mensagens críticas em postagens mais antigas, como uma de janeiro de 2019, em que ele está com uma arma. O pastor, que tem 33 mil seguidores no Instagram e 11 mil no Facebook, também já divulgou cursos sobre marxismo cultural.

Muitos se manifestaram simplesmente discordando do líder da Igreja Batista Redenção, em São Paulo, mas também houve difamação e sugestões de ameaça, segundo o pastor Marcos Granconato, de 58 anos relatou ao site Metrópoles.

“As pessoas estão me difamando, estou sendo linchado. Estou até um pouco assustado, com medo. As pessoas fazem até certas ameaças, isso me preocupa”, disse o pastor.

Após a polêmica, Granconato publicou nesta quarta-feira (4) uma nota de esclarecimento na qual afirma que a postagem inicial se referia às pessoas saudáveis que decidiram viver no ócio. Ele explica que o apóstolo Paulo encontrou um grupo que, por pensar que a volta de Jesus Cristo estava próxima, deixou de trabalhar.

Pastor usa redes sociais para se posicionar sobre teologia
Pastor usa redes sociais para se posicionar sobre teologia.

Pelo jeito, o pastor Marcos Granconato não conseguiu convencer a maioria dos críticos com base em sua teoria religiosa do dever bíblico que os mais pobres têm o direito de passar fome. A fala do pastor evangélico não é muito diferente do presidente Jair Bolsonaro, que no passado afirmou em um programa de televisão, que “pobre no Brasil tem que morre.”. Ainda tem gente que o chama de “Mito”. É mole!

Sobre o caso dos pastores corruptos que citei inicialmente, refiro sobre esquema de corrupção no governo Jair Bolsonaro, conhecido como bolsolão do MEC, onde pastores se apoderam do Ministério da Educação para cobrar propina de prefeitos em troca de liberação de verbas do Fundo Nacional da Educação (FNDE). Nas negociações até pagamento de propina em barra de ouro foi cogitada.