Redes sociais cobram milagres de lideres evangélicos contra coronavírus

Intenautas desafiam os pricipais líderes evangélicos a promoverem milagres contra o novo coronavírus

Na imagem da esquerda para direita, Edir Macedo, Valdomiro Santiago, (meio) RR Soares e Silas Malafaia. Foto montagem IDenuncias

A pandemia do coronavírus obrigou os brasileiros a viverem no limite da prudência em tempo de quarentena. Com 75% da população em suas casas por temor de contrair o novo vírus, sobrou tempo para tudo até mesmo ironizar e desdenha da crise da pandemia nas redes sociais, como forma de passar o tempo.

Com tempo disponível os internautas focaram seus esforços para atacar e defender as amalucadas ações de Bolsonaro na crise do coronavírus. Em meio à guerra política sobrou até para os principais líderes evangélicos e donos das ‘magaigrejas’ do Brasil.

Com programas nas grandes emissoras de TV do país, as ‘megaigrejas’ divulgam seus milagres diários e fazem isso com muita naturalidade. Com a chegada do novo vírus, as coisas mudaram as programações milagreiras que são linhas de marketing dessas igrejas, entraram em uma espécie de ‘waiting time’ {tempo de espera}.

Sem cura para o novo vírus letal, os principais líderes evangélicos resolveram dá tempo nas promoções dos milagres diários. Até porque, não ter razão para prosseguir com os milagres, se não há cura, já que o vírus não é como câncer que possa prometer a benção divina. Tempo esse, notado pelos internautas nas redes sociais, que partiram para o ataque contra alto-pastores cobrando milagre para coronavírus.

Os principais alvos dos internautas nas redes sociais são líderes e donos das ‘megaigrejas’, Universal do Reino de Deus de Edir Macedo, Assembleia de Deus Vitória em Cristo de Silas Malafaia, Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago e a Igreja Internacional da Graça de Deus, de Romildo Ribeiro Soares Gomes [RR Soares], todas com milhares de templos espalhados pelo país e cujas sedes têm capacidade para 10 mil pessoas, 6 mil pessoas e 15 mil pessoas.

Diante da espera de um milagre exigido pelos internautas. Há que surgem pastores oportunistas de igreja mediana, prometendo a cura para o coronavírus através da fé.

Autoproclamado profeta Sílvio Ribeiro, líder da igreja Catedral Global do Espírito Santo

Entre esses pastores oportunos de plantão, eis que surge, o líder da igreja Catedral Global do Espírito Santo, o autoproclamado profeta Sílvio Ribeiro, que mais parece apresentador de auditório que exatamente um pastor evangélico. Sua promessa era unção com óleo consagrado no jejum para imunizar contra qualquer epidemia, vírus ou doença. Não sabemos se de fato o milagre existiu, mas sabemos que depois da divulgação de um banner prometendo imunização aos fiéis contra o coronavírus. Ele passou a ser investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio Grande Sul. E pode ser enquadrado no crime de charlatanismo ou curandeirismo. Conforme Portal de noticias UOL.

Banner que motivou ação das autoridades publica do Rio Grande do Sul, contra o pastor e a igreja 

A pressão das redes sociais fizeram os líderes evangélicos reagirem à escassez de milagres em suas ‘megaigrejas’, como o caso de Silas Malafaia e Edir Macedo, que chegou desacreditar da existência do coronavírus enquanto o outro bater boca nas redes com outros evangélicos. Enquanto isso, o apóstolo do chapelão, Valdemiro Santiago e o engomado missionário RR Soares, matem a descrição no mundo virtual.

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, tentou de tudo nessa crise do coronavírus, de promessa da quebra de quarentena a pedido direto ao presidente da republica Jair Bolsonaro, por incluir igrejas em serviço essenciais. Pedidos esses, barrados pela justiça brasileira.

A resistência do pastor Silas Malafaia em suspender os cultos da igreja que lidera acendeu o alerta no Ministério Público do Rio de Janeiro, que ingressou com uma ação cível pública contra ele e Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Silas Malafaia resistiu até onde podia na ideia de mater as portas de suas igrejas abertas na quarentena. Com ameaça de prisão pela autoridades, recuou.

Desde que a pandemia do coronavírus, vem provocando estragos e mortes no Brasil, Malafaia vinha dizendo que a igreja, por ser o último reduto de socorro espiritual, não deveria ser fechada enquanto houvesse transporte público disponível. Em um de seus vídeos, desafiou autoridades a buscarem a Justiça se quisessem suspender os cultos de sua igreja. Sob ameaça de prisão, Malafaia não arriscou que o pedido do MP chegasse à justiça, e respeitou a quarentena imposta pelos governadores e prefeito, desistindo do desafio às autoridades públicas. Conforme publicou a coluna Anselmo no O Globo.

Polêmico, Malafaia protagonizou nas redes sociais, um bate-boca com a cantora gospel, Ana Paula Valadão, que aconselhava os fiéis a não saírem de casa, e acusou a investida rebelde de Malafaia, de preocupar mais com dízimo, que com seus fieis de sua igreja. O vídeo do bate-boca entre evangélicos postado pelo Youtuber Black-a Fernando, viralizou na internet com mais 4,2 milhões de visualizações [assista aqui].

Já o poderoso e bilionário líder evangélico, Edir Macedo, usou as redes sociais para desacreditar na a existência do coronavírus, surfando na onda amaluca de Bolsonaro, esse, como presidente da Republica, em uma cena inédita para um líder de uma nação, joelhou-se diante de Macedo em um culto no monumental Templo de Salomão em São Paulo, para receber uma milagrosa benção de prosperidade governamental, que pelo visto, não tá funcionando, ou alguém está com pouca fé.

Presidente da Republica, Jair Bolsonaro de joelhos frente ao Bispo Edir Macedo no Templo de Salomão em São Paulo.

O líder é o alto aclamado bispo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, lançou vídeo dizendo que o coronavírus é "inofensivo" e que "essa é mais uma tática de Satanás".

O bispo também diz que há um "interesse econômico" no vírus que já matou milhares de pessoas. Ele ainda culpa a mídia por levar pavor "às populações e às nações mundial". O vídeo foi bloqueado pelo Youtube, por violar as normas da plataforma com publicação de desinformação sobre o coronavírus. [veja aqui].

Diante espetáculos promovidos pelos líderes evangélicos, os internautas esperam mesmo é o milagre da cura do coronavírus, que aparentemente está em falta. Mas como paciência de digitaleiros tem limites, os poderosos pastores terão que aguentar as cobranças e os memes na internet até a realização do milagre.