Bolsonaro confessa a auxiliares e pessoas próximas o temor de ser preso, assim, como seus filhos em provável derrota na urnas.
Presidente confessa a pessoas próximas que poderá ser preso após deixar o Palácio do Planalto. |
A colunista Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, em sondagem nos bastidores do Palácio do Planalto e ministérios, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem afirmando a interlocutores próximos haver certeza de que deve ser alvo de inquéritos que teriam como objetivo levá-lo à prisão caso perca as eleições. Ele acredita também que seus filhos podem se tornar alvos mais fáceis de investigadores caso deixe a Presidência da República.
Com dificuldade de se recuperar nas pesquisas eleitorais, a hipótese estaria deixando o presidente cada vez mais inquieto e, de acordo com alguns interlocutores dentro do próprio governo, "transtornado" em alguns momentos.
Segundo a colunista, teria ouvido na segunda-feira (1º) quatro relatos diferentes, que variam apenas em relação ao tom do presidente quando discorre sobre o assunto.
Políticos e autoridades que não integram o governo, mas que conversaram com ele nos últimos dias, Bolsonaro tem dito que reagirá e que não será preso com facilidade.
De acordo ainda com os mesmos relatos, ele tem demonstrado nervosismo e repetido frases semelhantes à que disse em um discurso no dia 7 de setembro do ano passado, em um ato na avenida Paulista, em São Paulo: "Nunca serei preso". Na mesma ocasião, ele afirmou que poderia sair do Palácio "preso, morto ou com vitória".
Dois ministros do governo ouvido pela colunista Mônica Bergamo, afirmaram que já ouviram Bolsonaro falar sobre a possibilidade de ser detido em mais de uma ocasião. O tom, no entanto, não seria de nervosismo, mas, sim, de mera constatação sobre uma suposta perseguição que ele poderia sofrer se perdesse o mandato.
Um dos ministros afirma que o presidente diz saber o que vai acontecer com ele em caso de derrota. "Você acha que eu não sei?", teria dito o presidente, de acordo com esse auxiliar, sobre uma possível ordem de prisão.
Segundo o mesmo ministro, Bolsonaro afirma que "estão loucos" para que isso aconteça, mas ele saberia contornar a situação por não ser "ingênuo" como seus antecessores Lula (PT) e Michel Temer (MDB) foram presos depois de deixarem o mandato de presidente.
Ex-marqueteiro de Bolsonaro prevê possível derrota do presidente e eventual vitória de Lula em 2022 (VEJA AQUI) |
Hoje, Bolsonaro enfrenta atualmente duas reais hipóteses, a primeira: a derrota, com o presidente crescendo no limite o que a bolha bolsonarista pode oferecer, e a segunda: a prisão com acúmulos de inquéritos caso deixe o Palácio do Planalto em 31 de dezembro. E sinais que isso possa ocorrer, e a quebra de braço entre PGR e STF, quando procuradores ligados a Augustos Aras tentam arquivar os crimes do Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes resistindo a ideia.