EDITORIAL: com Lula liderando em Itapetinga o bolsonarismo vira voto envergonhado

EDITORIAL: com Lula liderando em Itapetinga o bolsonarismo vira voto envergonhado

Esconder o presidente Jair Bolsonaro nas campanhas em Itapetinga tornou-se uma obrigatoriedade diante o crescimento do voto em Lula na cidade.

EDITORIAL: com Lula liderando em Itapetinga o bolsonarismo vira voto envergonhado
Esconder o voto no presidente Jair Bolsonaro virou uma regra diante a rejeição do presidente no município. 

Em quase quatro anos, o eleitorado de Jair Messias Bolsonaro (PL) em Itapetinga encolheu e hoje se limita a uma parcela de pouco mais de 1/3 do eleitorado do município, que inclui a classe empresarial: fazendeiros e comerciantes, alguns trabalhadores liberais, policiais e parte seguimentos religiosos, fora desse ciclo é limitado o número de seguidores do presidente.

Como se sabe, Itapetinga foi uma das quatro cidades da Bahia a dá vitória a Jair Messias Bolsonaro na eleição 2018. Vitória essa embalada pelo apoio das principais lideranças políticas do município, que fez crescer o sentimento ao bolsonarismo sem fronteira. 

Com o passar dos meses as atitudes alopradas do presidente no poder, principalmente na pandemia levaram muitos cidadãos a perceberem o que eles tinham colocado na presidência da republica. O desprezo do mandatário do país pelas vidas humanas foram uma delas. Daí em diante, o clima azedou, à afeição ao líder da extrema direita virou ressentimento, o ressentimento virou desprezo, o desprezo virou repulsa, e por aí vai. 

Hoje, em Itapetinga a realidade é muito diferente de 2018, o voto autodeclarado em Jair Bolsonaro como na eleição passada ficou contido nas ruas nessa campanha 2022. Eleitores do presidente no município se limitou a uma pequena minoria que declara voto abertamente no presidente, e só são identificados por uso de adesivos em seus carros e casas.

Ser eleitor de Bolsonaro na cidade remete o eleitorado bolsonarista à eleição do antipetismo de 2018, onde muitos eleitores tinha vergonha em declarar voto abertamente no PT de Fernando Haddad, diante escândalos de corrupção denunciados pela Lava Jato. 

Com um tempo se descobriu que a operação Lava Jato virou uma farsa para condenar o ex-presidente Lula (PT) e leva-lo para cadeia. Depois da anulação dos processos no STF, uma série de outros processos contra o petistas caíram na justiça de segunda instância por falta de provas. 

Os argumentos e justificativas para dá o voto no presidente Bolsonaro se estreitaram na medida em que se descobre que a família presidencial anda fazendo fortuna com compra de imóveis: casas, apartamentos, salas comercias e mansões. Isso, com dinheiro vivo. 

A revelação do portal UOL sobre as casas e mansões da família presidencial, deixou os bolsonaristas perdidos e acuados, sem ter como acusar o ex-presidente Lula de ser um politico corrupto, e não serem retrucados sobre as compras suspeitas de mais de 100 imóveis, em sua maioria com dinheiro vivo. 

Há quem diga os aliados do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), em sua ampla maioria bolsonaristas, que andam escondendo o presidente Jair Bolsonaro das campanhas nas ruas de Itapetinga para não atrelar candidaturas a deputados ao bolsonarismo em declínio no município. 

A rejeição ao presidente Jair Bolsonaro é mais acentuado no eleitorado de bairros periféricos, moradias habitacionais e distritos que representa mais de 80% dos votos na cidade. Um cálculo que não dá para desprezar e brincar de soldadinho de papel.  

A dura vida dos apoiadores bolsonaristas de Itapetinga
A dura vida dos apoiadores bolsonaristas de Itapetinga (VEJA AQUI)

Daí surge o voto envergonhado que impede que o eleitor do presidente saia às ruas para endeusar o ‘mito’ e declarar voto abertamente em Bolsonaro. Até mesmo os evangélicos atrelados as ideias de pastores bolsonaristas de gritarem por aí que o ‘Messias’ presidente é um homem abençoado por Deus para salvar a nossa nação. 

No meio dos votos envergonhados há existência dos votos desavergonhados, é caso dos organizadores de uma carreta anunciada para o sábado (1), véspera da eleição, convocada pelas redes sociais como a carretada da vitória. Muitos desavergonhados acreditam em uma vitória de Jair Bolsonaro no 1º turno. Mesmo pesquisas apontando para uma vitória de Lula na primeira etapa sem necessidade de 2º turno.