Itapetinga perde o polêmico ex-presidente da Câmara: Gilberto Rodrigues, aos 70 anos

Itapetinga perde o polêmico ex-presidente da Câmara: Gilberto Rodrigues, aos 70 anos

Gilberto Rodrigues marcou sua carreira política colecionando enfretamentos com a Policia Militar, juiz e prefeito, mas perdeu sua luta para câncer, aos 70 anos. 

Itapetinga perde o polêmico ex-presidente da Câmara: Gilberto Rodrigues
Ex-presidente da Câmara Municipal de Itapetinga e vereadores por três mandatos Gilberto Rodrigues.

O mais polêmico e popular presidente da história da Câmara Municipal de Itapetinga morreu na noite desta quinta–feira (15/06), aos 70 anos, em um hospital da capital baiana. O carismático empresário e ex-vereador Gilberto Rodrigues, não resistiu a complicações de um quadro infecioso grave por decorrência de um câncer intestinal.

Proeminente de um investimento altamente lucrativo nos anos 80 a 90, o empresário Gilberto Rodrigues, transformou um entretenimento de fim de semana em uma ‘mina de ouro’ ao fundar o Grupo de Bilhar Irmãos Rodrigues. As ‘mesas de bilhares’ ou sinucas, fizeram chover dinheiro em um rentável negócio familiar.

Com estabilidade nos negócios e prosperando cada-vez-mais, Gilberto Rodrigues decidiu ingressar na política, e com apoio em peso da família e amigos foi eleito na eleição 1992. Daí em diante a zona de conforto do empresário acabou, e o levou a inacreditáveis embates com o comando da Policia Militar de Itapetinga, com um juiz de direito e o prefeito da época, Michel Hagge (MDB).

Ao fazer parceria com falecido ex-presidente Romulo Schettinni, que chefiou o legislativo de Itapetinga por 3 vezes, um político em plena ascensão na época, Gilberto Rodrigues sentou na cadeira de presidente da Câmara Municipal graças ao apoio de Schettinni.

Como chefe do Legislativo, Rodrigues bateu de frente com o então capitão Seixas, comandava a policia militar local, esse, promoveu a inacreditável invasão ao plenário da Câmara de Itapetinga com policiais armados com intuito de intimidar vereadores, o que obrigou Schettini e Rodrigues acionar forças políticas do Carlismo, a conter o ímpeto militar. Aí, entra em cena o então Deputado Federal Eujácio Simões.

A força do deputado do federal com o líder da política baiana Antônio Carlos Magalhães (ACM), trouxe calmaria entre o poder legislativo e a Policia Militar, mas não com o judiciário. Gilberto Rodrigues acabou comprando uma briga de ‘graça’, com o magistrado da cidade, o juiz Ricardo Gouveia, esse, acabou sendo agredido pelo deputado Eujácio Simões em uma das festas da Agro Exposição de Itapetinga.

Por consequência do soco parlamentar no magistrado, Gilberto virou alvo do juiz, que chegou a expedir um mandato de prisão contra o então presidente da Câmara. Mas tão logo, uma decisão vinda da capital do Estado pôs fim à aflição de Rodrigues que teve que deixar a cidade na calada da noite para não ser preso.

A Polícia Militar e o judiciário foram apenas aperitivos para Gilberto Rodrigues degustar na cadeira de presidente da Câmara de Itapetinga. Com Romulo Schettinni decidindo se opor a política dos Gabirabas, Rodrigues seguiu se tutor em uma briga que resultou no maior bloqueio de dinheiro público da Prefeitura para Câmara de Itapetinga por ordem judicial.

Com Rodrigues seguindo os passos de Schettinni no enfrentamento político contra Michel Hagge, o prefeito decidiu pressionar os vereadores de oposição não repassando o ‘duodécimo’, na época, 8% da arrecadação do município para Câmara de Vereadores. Sem dinheiro, o Legislativo foi à justiça, e teve vitória a poucos dias do fim do ano e encerramento do mandato de presidente de Rodrigues.

Decisão do juiz de Itapetinga, determinou o bloqueio imediato de todos o dinheiro da Prefeitura, na época, uma fábula da grana pública. Michel Hagge terminou sua administração atolada em dívidas e sem pagar salários dos servidores públicos.

Com um primeiro mandato cercado de polêmicas e brigas políticas contra instituições e prefeito, Gilberto Rodrigues levou para mais duas campanhas vitoriosas a vereador, o slogan: “um político de coragem”.

Uma briga política que pavimentou a chagada do médico José Otavio Curvelo a Prefeitura de Itapetinga. Mas, aí, é outra história.