Demissão em massa de correligionários de vereadores gera insatisfação e leva Rodrigo Hagge amargar derrotas na Câmara com derrubada de vetos do prefeito.
Prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge sofre revés no Parlamento Municipal de maioria governista. |
Como faz para conquistar a lealdade de um vereador ao prefeito? Basta oferece-lhe cargos e benefícios na Prefeitura para ter um parlamentar bajulador por 4 anos na Câmara Municipal. Tire-o dele e terá um adversário no legislativo até o fim da gestão.
A prova dessa narrativa esteve exposta na última sessão ordinária, na terça-feira, 26, da Câmara Municipal de Itapetinga quando vereadores “aliados” do atual prefeito impôs uma série de derrotas a Rodrigo Hagge (MDB) no plenário do legislativo ao derrubarem três vetos do gestor a projetos de leis de autoria dos próprios vereadores da base governista.
Os projetos de leis de vereadores vetados pelo prefeito Rodrigo Hagge geram alto custo ao poder Executivo e carece de dotação orçamentária, que na prática as três propostas dos vereadores Anderson da Nova (União Brasil) e Tarugão (MDB), são amplamente inconstitucionais.
Quando um desses projetos criam disciplina e diretrizes escolares sem passar pelo Conselho Educacional e padece de verbas para isso, e outra obriga a implantação de energia solar em prédios públicos, uma ideia ecologicamente válida, porém, de alto custo para Prefeitura implantar. Caso seja judicializada pelo prefeito caíram na justiça por violarem a legislação federal e decisões de repercussão do Supremo Tribunal Federal.
Eleição na Câmara de Vereadores vira campo minando para os Hagge (VEJA AQUI)
Mas, vereadores não estão nem aí para ilegalidade das propostas, eles derrubaram os vetos como resposta ao prefeito Rodrigo Hagge por ter demitido todos seus correligionários na Prefeitura de Itapetinga. A derruba dos vetos se trata de uma vingança parlamentar a limpa do gestor em mais de 2 mil cargos contratados e comissionados indicados pelos vereadores “aliados”.
A faxina nos cargos dos vereadores na Prefeitura de Itapetinga faz parte de um ajuste nas contas do prefeito Hagge que deixa o poder em 31 de dezembro 2024, onde precisa cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal para não ter mais uma conta rejeitada no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) no extrapolar dos gastos com pessoal em folha de pagamento.
Em ano de eleição, Rodrigo Hagge havia mantido todos os cargos de vereadores na função para não perder votos no pleito de 6 de outubro onde seu tio Eduardo Hagge (MDB), era o candidato a prefeito. Passado a eleição as demissões em massa de correligionários de vereadores era inevitável.
Na Câmara de Vereadores, a leitura é simples: Rodrigo Hagge não é mais nada em 2025. Então, para quer a lealdade se em janeiro terá um novo prefeito para bajular.
É vingança, é puxa-saquismo, é vida que segue ....