Mesmo após saída do cargo, primeira-dama assegura a aliados que salários da pasta não serão cortados, em embate direto com determinação do prefeito.
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Primeira-dama de Itapetinga, Maria Jose Hagge, em evento oficial da Prefeitura de Itapetinga. |
Enquanto aliados do prefeito comemoram a saída de Zezé Hagge da Secretaria de Desenvolvimento Social, servidores comissionados nomeados pela primeira-dama entram em pânico. O motivo? Os altos salários que beiram ou ultrapassam R$ 10 mil mês pagos durante sua gestão, agora estão sob ameaça.
Com uma média salarial acima de R$ 6 mil, os cargos de confiança da pasta social viraram um barril de pólvora político. A dúvida que assombra os comissionados é se o novo secretário manterá os vencimentos gordos ou se fará um "ajuste" determinado pelo prefeito, que prometeu conter os gastos exorbitantes na gestão da própria esposa.
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Queda de Zezé Hagge traz alívio a gestão, mas não explica demissão sumária (VEJA AQUI) |
A tensão levou vereadores a pressionarem a administração municipal em busca de respostas para seus aliados, temerosos de perderem os polpudos contracheques. Fontes da prefeitura revelam que Eduardo Hagge havia ordenado um corte nos salários generosos pagos na era Zezé. No entanto, horas após sua demissão ser oficializada, a primeira-dama garantiu a parlamentares próximos que "nada mudará" na secretaria, incluindo os vencimentos de seus afilhados.
A promessa, fechada em grupos privados de WhatsApp, soa como um desafio ao prefeito. Em uma mensagem obtida, sob anonimato, pelos colaboradores do IDenuncias, Zezé disparou a aliados: "Aqui quem manda sou eu". A declaração acendeu o sinal de alerta no governo, já que sugere que, mesmo fora do cargo, a primeira-dama ainda exerce influência decisiva sobre a pasta.Análise: Demissão de Zezé é tentativa de tirar a gestão Eduardo Hagge da beira do precipício (VEJA AQUI)
O impasse sobre cortar ou não os salários generosos se arrastou até esta quinta-feira (17/04), quando ficou claro que a decisão do prefeito pode ter virado fumaça. Enquanto o gestor tenta frear uma folha de pagamento que ameaça o orçamento anual da secretaria, Zezé assegura aos seus que os benefícios continuarão intactos.
A disputa expõe uma fratura na administração Hagge: de um lado, o prefeito tenta impor austeridade; do outro, a primeira-dama mantém seu poder nos bastidores. Resta saber quem, de fato, comanda a Secretaria de Desenvolvimento Social e se os gordos salários sobreviverão a essa guerra silenciosa.
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