Deputado petista e líder opositora de Itapetinga entram em pé-de-guerra, enquanto ex-prefeito Hagge surfará na divisão alheia para ampliar vantagem eleitoral.
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Ex-prefeito de Itapetinga Rodrigo Hagge (MDB), é que mais ganha com o racha na oposição. |
Há três eleições consecutivas, o PT de Itapetinga assiste, impotente, ao definhamento de sua estrela, outrora símbolo de esperança, hoje mero lampejo de um passado que teima em não se repetir. O partido que já foi locomotiva política na cidade agora arrasta-se como vagão de carga, vítima de sua própria arrogância e de uma mania de grandeza que o isolou da realidade.
Enquanto adversários se renovam, o PT itapetinguense insiste em navegar nas águas geladas do comodismo, com um quadro de filiados envelhecido e desconectado dos anseios populares. O resultado? Votações pífias, abaixo até do mais pessimista dos prognósticos. A legenda, que já carregou candidatos ao topo, hoje tira mais votos do que entrega um fardo para quem ousa tê-la como aliada.
O início de maio trouxe uma facada política em Itapetinga. O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), quase dono da legenda na cidade, decidiu cravar sua faca no coração da líder opositora e pode ter cortado a própria garganta. O alvo? Cida Moura (PSD), líder que ressuscitou a oposição local, uniu escombros e transformou-os em um projeto eleitoral competitivo contra o clã Hagge.
A jogada foi suja, premeditada e cheira a desespero. Rosemberg manobrou nos bastidores para arrancar a indicação da ex-primeira-dama Cida Moura da diretoria do Centro Social Urbano (CSU), órgão estadual, e entregá-la a um ex-vereador aliado João de Deus (PT), um personagem que navegou nas águas turvas do bolsonarismo sem noção e, por pura conveniência, vestiu a camisa petista na esperança de voos mais altos que nunca decolaram.
Deputado Rosemberg Pinto passa rasteira em Cida Moura, e golpe baixo complica petista (VEJA AQUI)
O resultado? Guerra declarada. Cida, furiosa, já ameaça incendiar a campanha de Rosemberg em Itapetinga, minando a base petista e puxando votos para outro candidato a deputado estadual. Enquanto isso, o ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), possível candidato a deputado estadual, assiste ao circo pegar fogo e deve sair fortalecido. Enquanto a oposição se devora, ele pode garimpar votos, tranquilo, somando apoio sem sujar as mãos.
Os números? Uma bomba-relógio para Rosemberg. Pesquisas já projetam Hagge com mais de 14 mil votos na cidade, enquanto o petista, antes da treta, mal alcançava 5 mil. Com o racha, Cida Moura, agora com musculatura eleitoral, pode empurrar Rosemberg para um vexame: um terceiro lugar humilhante na cidade. Afinal, o PT sozinho nunca fez eleição. E, desta vez, pode colher o que plantou: isolamento e derrota.
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