Vereadores evitam defender prefeito Eduardo Hagge no plenário da Câmara de Itapetinga

Com articulação aos fragalhos, Eduardo Hagge vê sua base aliada se distanciado da defesa de sua administração.

Vereadores evitam defender prefeito Eduardo Hagge no plenário da Câmara de Itapetinga
Plenário da Câmara Municipal de Itapetinga, sudoeste da Bahia.

A situação do prefeito Eduardo Hagge (MDB) em Itapetinga é tão frágil que até seus aliados evitam defendê-lo em público. O que era para ser um governo de continuidade do clã político que domina a cidade há anos transformou-se em um exercício de auto-sabotagem, com o gestor perdendo apoio a cada decisão equivocada.

Os vereadores que garantiram a vitória de Eduardo Hagge, hoje, fogem do prefeito como de dívida de campanha. A explicação é simples: o governo cortou o fluxo de cargos e nomeações que mantinha a máquina política funcionando. Mais de 3 mil indicações da gestão anterior, do ex-prefeito Rodrigo Hagge (MDB), ficaram sem lugar na nova administração, deixando parlamentares pressionados por correligionários desempregados.

Resultado? Ninguém levanta a voz para defender o prefeito no plenário do Legislativo. Alguns temem desgaste com eleitores abandonados; outros, simplesmente não veem motivo para arriscar a própria imagem por um governo que não retribui lealdade.

Candidato Rodrigo Hagge e o desafio dos 3 mil excluídos pela gestão Eduardo Hagge
Candidato Rodrigo Hagge e o desafio dos 3 mil excluídos pela gestão Eduardo Hagge (VEJA AQUI)

Eduardo Hagge ainda conseguiu o feito raro de desagradar até quem estava do seu lado. Aliados de campanha eleitoral foram postos de escanteio, enquanto vereadores eleitos na oposição receberam atenção especial. Para piorar, o prefeito meteu os pés pelas mãos ao interferir na eleição da Mesa Diretora da Câmara, rachando de vez sua já combalida base.

A incapacidade de articular da Prefeitura de Itapetinga ficou escancarada quando o governo precisou promover dois encontros separados com sua própria base: um para ex-oposicionistas e outro para emedebistas. Os grupos, que já não se suportam, recusaram-se a sentar à mesma mesa.

Se o desgaste administrativo já era grande, o escândalo da traição e separação do casal Hagge deu o tom definitivo de decadência. O episódio, amplamente repercutido na cidade e fora, escancarou a falta de compostura de um governo que já enfrentava desconfiança popular.

Enquanto isso, nas redes sociais, o prefeito tenta compensar a impopularidade com vídeos de dança forçada e discursos vazios. Mas a realidade é implacável: sua equipe não articula, seus aliados não defendem, e o povo acredita menos na administração gabiraba.

Itapetinga assiste, perplexa, a um governo que prometia grandes transformações, mas que hoje se arrasta, desorientado, entre escândalos pessoais, crise política e uma administração que parece ter perdido o rumo, e muito em breve aliados se a sangria não for estancada.

É crise, é vida que segue...