Solitária na defesa de um projeto polêmico, Sibele Nery coloca devedores na mira de cobranças abusivas, mirando na pasta da Educação.
![]() |
Vereadora do PT Sibele Nery, no plenário da Câmara Municipal de Itapetinga. |
Em sessão na Câmara de Itapetinga, a primeira derrota do prefeito Hagge escancarou uma aposta solitária e polêmica da vereadora petista Sibele Nery, que defendeu um projeto criticado como "benefício milionário a advogados às custas dos contribuintes".
Em uma votação esmagadora, vereadores rejeitaram o polêmico "PL dos Advogados", onde a petista ficou isolada ao defender uma proposta que poderia arruinar financeiramente devedores do município enquanto rumores sugerem que sua jogada seria uma tentativa de conquistar a Secretaria de Educação.
Com um placar não deixou dúvidas: 12 dos 15 vereadores disseram "não", que inclui três abstenções. E apenas um voto favorável ecoou no plenário: o da petista Sibele, que surpreendeu ao abraçar um projeto criticado por impor penalidades duríssimas aos inadimplentes do IPTU e outros tributos municipais.
O texto rejeitado previa na prática confisco de bens, processos judiciais acelerados e a famigerada "tríplice punição", ou seja, além da dívida original, o contribuinte teria de arcar com custas processuais e honorários advocatício. Um verdadeiro "golpe" contra quem já está em situação frágil.
Em um discurso que beira o cinismo, a parlamentar petista justificou seu voto favorável ao polêmico PL dos Advogados alegando "defender a classe" e "melhorar o caixa do município", como se a proposta, em sua essência, não escancarasse uma verdadeira espoliação aos contribuintes. O texto, que, na prática, autoriza cobranças agressivas e até a tomada de patrimônio por advogados da prefeitura, foi vendido pela parlamentar como um benefício aos "mais pobres", embora nenhum mecanismo de proteção conste no projeto. Uma narrativa conveniente, que esconde o cerne da questão: o aval legal para uma perseguição fiscal desumana, disfarçada de justiça social. A contradição não é mero acaso; é estratégia.
Enquanto a maioria do Legislativo recuou diante do risco de um linchamento político, a vereadora petista optou por uma defesa solitária. O que estaria por trás dessa ousadia?
Circula nos bastidores que a petista estaria de olho na Secretaria Municipal de Educação, hoje ocupada pelo vice-prefeito Alécio Chaves (PSB). O problema? Ninguém na Prefeitura confirmou qualquer movimentação para mudanças nas pastas. Ainda assim, a vereadora parece ter feito sua aposta: defender um projeto impopular para agradar o prefeito Eduardo Hagge (MDB), na esperança de ser recompensada com um cargo de destaque.
Vereadores enterram ‘PL dos Advogados’ de Eduardo Hagge, com único voto favorável de petista (Click Aqui)
A estratégia, porém, saiu pela culatra. Enquanto a base aliada de Hagge recuou para evitar desgaste, Sibele transformou-se na única voz a favor de uma medida que penaliza os contribuintes mais vulneráveis. Se seu objetivo era ganhar os holofotes, conseguiu, mas pelo motivo errado.
Resta saber se na política itapetinguense, essa jogada a aproximará do poder ou a enterrará como a vereadora que preferiu defender advogados em vez do povo.
Em um momento de crise financeira para muitos, a defesa de um projeto que esmaga o contribuinte em benefício de poucos revela uma contradição gritante no discurso de quem se diz representante no Parlamento dos mais pobres.
É hipocrisia, é vida que segue...
Social Plugin