Conquista do núcleo oncológico em Itapetinga, puxada pelo deputado Antônio Brito, é alívio para famílias, mas evidencia que avanços na saúde ainda dependem da política.
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| Inaugurado primeiro núcleo de oncologia em Itapetinga para tratar pacientes com câncer. |
Itapetinga, 08 de novembro de 2025. Uma página histórica foi virada para cidades e dezenas de municípios da região nesta manhã de sábado, com a inauguração do primeiro núcleo oncológico local. A promessa é de um fim gradual para um calvário familiarmente conhecido por milhares: as exaustivas e dolorosas viagens a centenas de quilômetros em busca de quimioterapia.
O feito, comemorado com alívio por quem viu parentes definharem não só pela "maldita doença", mas pela logística desumana do tratamento, tem um nome e um sobrenome: deputado federal Antônio Brito (PSD). Reconhecido como peça-chave nas fundações hospitalares que administram a unidade, Brito foi o articulador exclusivo da obra, um trunfo concreto em seu currículo.
Esta coluna, que sempre criticou o uso da máquina hospitalar como trampolim político, reconhece: sem a atuação direta do deputado Brito, pacientes continuariam enfrentando estradas intermináveis. O mérito é inegável. O método, porém, alimenta uma reflexão amarga. A pergunta que fica é: por que o essencial precisa ser uma benesse da política, e não um direito garantido?
A dor dessas famílias era uma agonia em movimento. O tratamento químico, já tão violento, era seguido por viagens onde o enjoo e o mal-estar transformavam o carro em uma extensão da sala de químio. Vômitos constantes, idas e vindas de centenas de quilômetros para um atendimento de emergência... era um sofrimento em dobro. Quem perdeu alguém para o câncer, como este colunista que viu sua mãe, pai e tio sofrerem até morte, sabe que a distância era mais uma camada de crueldade.
A irritação de aliados de Eduardo Hagge com postagens de emendas de Antônio Brito nas redes.
Agora, esse capítulo está com os dias contados. O núcleo representa um respiro, um porto seguro. É uma vitória da comunidade, conquistada através de um empenho político que não se pode ignorar. Se esse feito faz do deputado federal Antônio Brito merecedor do voto, caberá a cada itapetinguense decidir nas urnas. O reconhecimento pelo alívio dado, no entanto, é universal.
Em meio à cena de prefeitos regionais celebrando a conquista, chamou atenção um vazio: a ausência do prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), em um dos momentos mais significativos para a saúde pública da cidade que administra.
Por tudo isso, fica o registro: um agradecimento ao deputado Antônio Brito pelo feito em Itapetinga. O alívio de hoje é real e bem-vindo. Mas a lição que fica é de que, no Brasil, o fim do sofrimento ainda precisa passar pelo labirinto da política.

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