Trama em Itapetinga mira presidência da Câmara com uso do TCM como "fantasma".
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| Presidente Interino da Câmara Municipal de Itapetinga, Neto Ferraz (PDT). |
Uma operação política e rasteira articulada nos bastidores da Câmara Municipal de Itapetinga pode resultar na queda do atual presidente interino, Neto Ferraz (PDT), e em uma nova eleição para o comando do Legislativo local. A trama, que envolve vereadores, o Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM) e interesses da Prefeitura Municipal, foi detalhadamente apurada pelos colaboradores do IDenuncias.
No centro do plano está o vereador Tiquinho Nogueira (PSD), eleito na oposição, mas que, após uma guinada governista por "conveniência", agora prepara uma manobra para assumir a presidência da Casa, no atual, posto de 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara de Itapetinga. A estratégia passa por explorar uma fragilidade jurídico-administrativa: a permanência prolongada de um presidente interino no comando da Câmara.
Neto Ferraz assumiu como vice-presidente após o licenciamento do titular Luciano Almeida (MDB), que deixou a cadeira para assumir a Secretaria Municipal de Infraestrutura. O problema, segundo o Regimento Interno da Casa, é que a licença para fins não médicos ou de representação oficial teria um limite de 15 dias, prazo amplamente ultrapassado.
Pela regra, Luciano Almeida deveria ter retornado ao cargo ou renunciado à presidência. A manutenção da interinidade, no entanto, abre uma brecha que pode ser usada pelo TCM para exigir a titularidade do comando, sob o argumento de que uma gestão interina prolongada fere princípios da administração pública, como eficiência e continuidade dos serviços.
Neto Ferraz pode estar com dias contados na presidência da Câmara de Itapetinga se plano de Tiquinho for pra valer
Segundo apuração, Tiquinho Nogueira prepara uma provocação indireta ao TCM, possivelmente através de um "laranja", para formalizar uma denúncia sobre a irregularidade na gestão. A pressão do Tribunal recairia sobre Neto Ferraz, que seria cobrado pela falta de um titular na presidência. Isso forçaria Ferraz, a convocação de uma nova eleição.
E quem seria o candidato natural nesse cenário? O próprio Tiquinho Nogueira, já alinhado com o prefeito Eduardo Hagge (MDB). A articulação conta com apoio preliminar da vereadora Sibele Nery (PT) e já teria sido referendada pela vereadora Manu Brandão (MDB), com a anuência do ex-vereador Valdeir Chagas, que deve assumir a vaga do cassado Diego Rodrigues (PSD), o Diga Diga, e está balado no acordão, junto com o Pastor Jean Doriel (PL) e o Pastor Evandro (MDB), que vem demonstrando resistência já que o prefeito Eduardo Hagge (MDB) ainda não deu aval a ele.
Fontes internas da Prefeitura confirmam que Eduardo Hagge está ciente da movimentação, mas prefere manter uma postura publicamente neutra para não prejudicar a candidatura aliada. A missão de costurar a eleição de Tiquinho foi delegada ao presidente do Diretório Municipal do DC, Gildásio Queiroz, que negocia garantias com o vereador do PSD, que, por sua vez, teme "surpresas futuras" já que demonstrou não confiar nos votos da vereadora Sol dos Animais (solidariedade) e Daniel Lacerda (Podemos), que estão mais aliandos ao vereador e ex-presidente do legislativo Valquirio Lima (MDB), de postura independente ao prefeito no legislativo.
Caso a trama se concretize, Luciano Almeida pode ser obrigado a renunciar definitivamente à presidência para evitar responsabilização. Neto Ferraz, que herdou uma situação jurídica delicada, perderia o cargo. E o Legislativo itapetinguense veria uma guinada ainda maior para o governismo, com um presidente aliado incondicional do Executivo.
A situação expõe não apenas uma crise política local, mas também como as brevas da lei e os mecanismos de controle como o TCM podem ser instrumentalizados em jogos de poder. Enquanto isso, Itapetinga aguarda os próximos capítulos de uma disputa que promete esquentar o plenário virtual e real nos próximos dias. Vamos esperar!!!

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