Um mês após o chefe da propaganda assumir o cargo no governo Bolsonaro a remuneração contratual de sua empresa com à igreja aumentou em 36%.
Na imagem: O templo de Salomão da Igreja Universal e o Chefe da Secom Fabio Wajngarten. Foto montagem IDenuncias |
Quando a Comissão de Ética da Presidência da Republica decidiu arquivar a denuncia contra o Secretário de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, não imaginou que por trás dos negócios do chefe da propaganda de Bolsonaro havia mais contratos que beneficiaria, ele e sua empresa.
De acordo Folha de S.Paulo, A FW Comunicação, empresa do chefe da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Fabio Wajngarten, mantém contrato com a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, dono da TV Record.
A reportagem revela que um mês após o chefe da propaganda assumir o cargo no governo Bolsonaro a remuneração contratual à igreja aumentou em 36%, por meio de um aditivo pactuado entre as duas partes.
Com ágio generoso, Wajngarten, no comando da Secom, contemplou a emissora do Bispo Edir Macedo, a TV Record, com percentuais maiores de verba publicitária do governo federal. A Record está em média em 3ª lugar em audiência, porém recebeu de verba publica quase o dobro da emissora de TV de maior audiência do país, a Globo, que segundo Ibope, supera as demais emissoras do país juntas. Assim como outras TVs clientes da FW.
Presidente Jair Bolsonaro de joelho dinate o Bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal e a TV Record. |
Os critérios para distribuição de verba publicitaria do governo baseia em audiência televisiva. Quanto maior audiência, maior é verba federal. Mas desde quando assumiu o posto, Wajngarten vem favorecendo proprietários de emissoras de TVs, simpáticos a Bolsonaro.
O Chefe da propaganda de Bolsonaro foi nomeado em 12 de abril do ano passado. Em maio, o montante repassado mensalmente pela igreja de Macedo à FW saltou de R$ 25,6 mil para R$ 35 mil. É o mais vultoso num conjunto de 11 clientes.
Ao todo, a FW recebeu R$ 1,6 milhão da Universal de maio de 2015 a dezembro de 2019. Essa cifra se soma ao que foi pago pela Record e canais locais a ela ligados entre julho de 2013 e dezembro de 2019 (R$ 4,2 milhões). Afirmou reportagem Folha.
Segundo a Folha de S.Paulo, os dados constam de planilha entregue na terça-feira (18) pela defesa do secretário à Comissão de Ética Pública da Presidência, pouco antes da sustentação oral feita em julgamento que arquivou o seu caso sem que houvesse nem sequer a abertura de uma investigação.
Sem apurar os fatos que cercam o Chefe da Propaganda, o Conselho de Ética, acatou os argumentos de Wajngarten de que não há conflito de interesses no fato de ele exercer o comando da Secom ao mesmo tempo em que a FW recebe recursos de TVs e agências contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais. Ele sócio majoritário da FW, com 95% das cotas da empresa e participação proporcional nos lucros.
A lei de conflito de interesses veda o “exercício de atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse na decisão do agente público”.
O Ministério Público de Contas, que atua perante o TCU (Tribunal de Contas da União), vai pediu à corte que obrigue a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) a distribuir as verbas de publicidade do governo federal com base em critérios técnicos.
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de apurar possíveis crimes de corrupção, peculato e advocacia administrativa. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as suspeitas que recai sobre o chefe da propaganda de Bolsonaro.