Bolsonaristas sentem o impacto da perda das rede sociais após saída de Moro do governo Bolsonaro.
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Saída de Sergio Moro do governo Bolsonaro causa danos no núcleo bolsonarista no Twitter |
Na ânsia de proteger seus filhos de investigações em curso na Polícia Federal sobre inquéritos da Fake News e ato antidemocrático, o presidente Jair Bolsonaro experimenta revés nas redes sociais com perda de difícil reparo depois da saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça.
Reconquistar simpatia perdida nas redes é uma missão impossível para qualquer figura pública. Isso aconteceu com PT, e não será diferente com o Bolsonaro que ao tentar blindar os inconsequentes filhos 02 e 03; Carlos e Eduardo, de investigações, demitiu comandante da Policia Federal e provou fúria de Moro.
De acordo com O Globo, após a saída de Moro, a base de Bolsonaro encolheu a ponto de serem isolados no Twitter. É o que aponta um levantamento da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV), que analisou mais de 2,85 milhões de postagens sobre o tema na rede social, entre 11h e 18h de ontem, período que compreendeu tanto o pronunciamento do ministro quanto do presidente. Os dados apontam que a base fiel a Bolsonaro mobilizou apenas 9,5% desse volume.
A reportagem afirma que o Twitter é considerado o território bolsonaristas e usam a rede social para medir a popularidade das decisões do presidente. O levantamento indica que, pela primeira vez, houve ataques a Bolsonaro no grupo à direita que tradicionalmente dá sustentação ao governo. Das postagens desse núcleo, 26% foram críticas ao presidente, acusado de se render à velha política e de traição contra o titular da Justiça. Cerca de 76% das publicações foram contrárias a Moro, com acusações, por exemplo, de insubordinação e de que o ministro “abandonou o barco”. Isso, perda no núcleo duro bolsonarista.
A maior parte dos tuítes sobre a saída de Moro (70%) partiu do grupo classificado pela DAPP/FGV como de oposição, que reúne perfis de vários espectros políticos e que repudiou a saída do ministro. O engajamento desse grupo foi maior ontem que no início de abril, quando somou 60%, durante a mobilização pela permanência do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido no último dia 16. Ainda segundo a DAPP/FGV, 3,5% das postagens foram de grupos à direita, antes alinhados ao governo Bolsonaro, que lamentaram a saída de Moro. As demais publicações não tiveram alinhamento político.
Diretor da DAPP/FGV, Marco Aurelio Ruediger avalia que a base do governo Bolsonaro no Twitter está se “desmanchando”, apesar de a maior parte dela ter continuado a apoiar o presidente.
Nos dois primeiros lugares do debate, aparecem as hashtags em defesa de Moro #bolsonarotraidor e #forabolsonaro, em aproximadamente 44,8 mil e 27,4 mil postagens, respectivamente. Já a hashtag mais usada por apoiadores de Bolsonaro foi #tchauquerido, em 23,7 mil postagens, emterceiro lugar do debate.
Um levantamento amostral da consultoria Arquimedes feito após o pronunciamento de Moro e antes da fala de Bolsonaro também aponta alta proporção de mensagens contra Bolsonaro na rede social ontem. Os dados apontam que, entre as menções ao presidente no Twitter, 82% foram negativas e 18% positivas. Já em relação ao ex-ministro da Justiça, 88% das citações foram positivas e apenas 12% negativas. Segundo reportagem O Globo.
Levamento na gigante das redes sociais Facebook, registra o mesmo movimento de perda de apoiadores com a saída de Moro do governo Bolsonaro. Ex-seguidores demonstram insatisfação com a saída do ex-juiz da Lava Jato, declarando que não mais apoia o presidente.