Provocar demissão de Moro seria uma exigência dos políticos do Centrão?

Provocar demissão de Moro seria uma exigência dos políticos do Centrão?

Com apoio quase selado com políticos do 'Centrão', a pegunta que não quer calar, é se no pacote de apoio condiciona a saída de Moro.


Provocar demissão de Moro seria uma exigência dos políticos do Centrão?
Presidente Jair Bolsonaro e ex-juiz e Ministro da Justiça Sérgio Moro. Foto montagem IDenuncias

Após ser informado pelo presidente da republica Jair Bolsonaro da trocar do direto da Policia da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O ministro da Justiça Sérgio Moro pediu demissão da pasta.

Em reunião na manhã desta quinta-feira (23), Bolsonaro informou o ministro, que a mudança na direção da Policia Federal deve ocorrer na próxima semana. Estarrecido com a decisão do presidente, o ex-juiz federal, Moro pediu demissão de forma condicional. “Se sai diretor, saio junto”, disse interlocutores palacianos, sobre posição de Moro.

A reação incisiva de Moro voltou acender a luz vermelha de alerta no Palácio do Planalto, obrigando os generais agir novamente a entrarem em cena para reverter o quadro já visto com de ingovernabilidade para o Congresso Nacional.

Os ministros Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) entraram em campo para convencer o ministro a recuar da decisão. Se Valeixo sair, Moro sairá junto, segundo aliados do ministro.

Valeixo foi escolhido por Moro para o cargo. O atual diretor-geral é homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato. Desde o ano passado, Bolsonaro tem ameaçado trocar o comando da PF. O presidente quer ter controle sobre a atuação da polícia.

Sob promessa de total autonomia plena no Ministério da Justiça, Moro topou largar a carreira de juiz federal, que lhe rendeu fama de herói na Lava Jato, para virar ministro de Bolsonaro.

A insatisfação de Bolsonaro por Moro vem desde ferida aberta no Rio de Janeiro, quando Bolsonaro tentou atropelar o ex-juiz, ao exonerar um superintendente da PF do Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, alegando baixa-produtividade. Uma interferência inédita para um presidente da republica em um cargo de quinto escalão da republica. Geralmente a decisão de surpreendente está a cargo do diretor da PF e em último caso do Ministro da Justiça, que apenas é notificado pela troca.

Descontente com atuação neutra de Moro no ministério da Justiça, na crise do coronavírus e no ato antidemocrático, o presidente Bolsonaro aparentemente reage à imobilização do condutor na pasta.

Está semana, Bolsonaro e seus generais intensificaram negociações, antes imaginário do governo de direita, com líderes do ‘Centrão’. O que seria normal, se esses líderes não tivessem enrosco com a justiça em ações criminais de corrupção, como por exemplo: desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa e outros.

Presidente Bolsonaro e seu futuros aliados no Congresso Nacional.

Como a maioria de políticos do Centrão tem acerto de contas com ex-juiz da Lava Jato, Moro, a saída do Ministro seria providencial para selar e ampliar a base de apoio de Bolsonaro no Congresso Nacional. Enquanto isso, nas redes sociais o bolsonaristas vivem entre a espada e cruz em apoio ao presidente com seus novo amigos.

As próximas horas serão determinantes, se isso tudo é verdade [demissão de Moro], ou apenas uma cortina de fumaça para salva Bolsonaro da burrada ida ao ato antidemocrático promovido por seguidores. Já que a primeira desviada de atenção do ato autoritário esteve em ação no anuncio da antecipação do auxílio emergencial. Vedado pelo próprio Bolsonaro.