Rússia altera dados sobre testes da vacina contra Covid-19, sem comprovar eficácia

Rússia altera dados sobre testes da vacina contra Covid-19, sem comprovar eficácia

Um dia após anúncio de vacina, Rússia altera dados sobre testes, sem informação sobre conclusões dos testes.


Rússia altera dados sobre testes da vacina contra Covid-19, sem comprovar eficácia
Vacina russa continua a gerar dúvidas de sua eficácia um dia depois do anuncio.


As informações oficiais sobre os testes da vacina contra Covid-19 da Rússia, batizada de Sputnik V, foram modificadas na base internacional que registra experimentos com humanos nesta quarta (12) um dia após a divulgação da aprovação regulatória do imunizante no país.

Quando a vacina russa foi anunciada, pelo presidente russo Vladimir Puntin, constava publicamente o registro de apenas uma primeira fase de testes iniciados em 17 de junho, com 38 pessoas, ainda em andamento o que levantou críticas de cientistas de todo o mundo.

Nesta quarta (12), as informações sobre os experimentos com humanos da vacina da Rússia passaram a incluir também uma segunda fase, concomitante à primeira. Agora, consta que os estudos foram finalizados no dia 3 de agosto, mas não há informação sobre conclusões dos testes.

Na prática, a validação de vacinas envolve três fases: as duas primeiras avaliam a segurança do princípio ativo, e a última testa a efetividade vacinal e a manutenção da resposta imune nas pessoas que integram o experimento. Até o momento, não há registro de uma terceira etapa de testes da vacina da Rússia.

Os dados estão na plataforma internacional Clinical Trials, que agrega informações detalhadas sobre experimentos com humanos no mundo todo (como local, quantas pessoas são pesquisadas, duração do experimento e metodologia aplicada).

Faz parte da metodologia científica a publicação de informações sobre cada etapa dos testes de vacinas na Clinical Trials, assim como a divulgação dos resultados nas diferentes fases do experimento coisa que a Rússia não fez.

Após anuncio do governo russo da primeira vacina contra o novo coronavírus, governadores brasileiros, iniciaram uma corrida pela nova droga, porém encontraram barreiras para seguirem seus planos já que Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), só libera o uso e a comercialização da vacina no Brasil após rigorosa analise sobre os estudos conclusivo da testagem do medicamento.

Diante dados inconclusivo da vacina russa, a Organização Mundial da Saúde (OMS), havia antecipado que não recomendaria o uso da vacina, já que no banco de dados Clinical Trials não havia a conclusão de estudos da fase 2 e 3 da droga.

Um dia após o anuncio da milagrosa vacina, o governo russo recebeu pedidos para a produção de 1 bilhão de doses da vacina COVID-19 produzida pelo Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya. De acordo com o chefe do Fundo Russo de Investimento Direto, Kirill Dmitriev, vários países da América Latina, Oriente Médio e Ásia manifestou interesse em adquirir a vacina russa. Vários contratos foram finalizados inclusive de governadores dos Estados brasileiros.