Quase 40% dos evangélicos resistem à ideia de tomar vacina contra a covid-19, diz Ibope

Quase 40% dos evangélicos resistem à ideia de tomar vacina contra a covid-19, diz Ibope

Para o Ibope, 75% dos brasileiros disseram que tomarão a vacina contra covid-19, 25% recusa a imunização.


Quase 40% dos evangélicos resistem à ideia de tomar vacina contra a covid-19, diz Ibope
25% dos brasileiros que resistem a vacinação contra a covid-19, diz pesquisa Ibope.



Enquanto milhões em todo o mundo torcem para a rápida aprovação de uma vacina contra a covid, um em cada quatro brasileiros resistem à ideia de tomar o imunizante quando ele for registrado. É o que mostra uma pesquisa inédita da ONG Avaaz feita pelo Ibope e publicada pelo site O Estado de S.Paulo.

Segundo o Ibope, 75% disseram que tomarão a vacina com certeza, 20% afirmaram que talvez tomem e 5% relataram que não receberão o imunizante de jeito nenhum o que indica, portanto, 25% de recusa ou incerteza sobre a imunização. Mil pessoas foram entrevistadas entre os dias 27 e 29 de agosto em todas as regiões do País.

Houve maior índice de hesitantes na faixa etária dos 25 aos 34 anos (34%) e entre pessoas da religião evangélica (36%). Não houve diferença significativa das respostas segundo sexo, raça/cor, escolaridade e renda.

O Ibope também buscou saber as razões para a recusa ou desconfiança na vacina. Entre as principais estão dúvidas quanto à segurança e eficácia do imunizante e teorias da conspiração das mais diversas, como a de manipulação genética ou implantação de um chip por meio da vacina e até a hipótese de que o produto seria feito com fetos abortados.

Tais narrativas sem nenhuma evidência científica e já desmentidas por agências de checagem são comuns em postagens nas redes sociais que propagam fake news.

E notícias falsas é que não falta nas redes, há compartilhamento de vídeos com falas de supostos especialistas alertando sobre riscos do imunizante. Faz parte da estratégia ainda fazer montagens grosseira de imagens de transmissões de canais de TV, como a Globo, mantendo os apresentadores e alterando o conteúdo da tela para uma mensagem contra a vacinação.

Para os especialistas, é preciso que governos, comunidade científica e plataformas de tecnologia melhorem a comunicação com a população para esclarecer as dúvidas, diminuindo, assim, a lacuna ocupada hoje por conteúdos duvidosos.

Neste pacotão de desinformação, há uma figura que tem obrigação e o dever de motivar uma vacinação em massa no Brasil, e livrar o país dessa terrível doença, como a do presidente Jair Bolsonaro, que absurdamente usou as redes sociais para movimenta seu grupo de fanáticos contrários às vacinas.

A declaração dada pelo presidente sobre a não obrigatoriedade da vacina da covid movimentou grupos nas redes sociais contra os imunizantes. Um desses fanáticos chegou a criar um abaixo-assinado pedindo a revogação da obrigatoriedade das vacinas, que existe apenas para crianças no País.

"Ninguém pode obrigar ninguém a tomar a vacina" contra a covid-19, essa foi a declaração de Bolsonaro dada depois de uma apoiadora pedir para que o governo "não deixe fazer esse negócio de vacina". A opinião do presidente ainda foi corroborada pela Secretaria de Comunicação do Governo Federal (Secom), em publicações nas redes sociais, e pelo vice-presidente Hamilton Mourão.