2021 será um inicio de ano difícil para Itapetinga com o fim do auxílio emergencial pago a quase 23 mil pessoas.
Fim do auxílio emergencial deve provocar mais demissões em Itapetinga e por consequência, o aumento da pobreza. |
A pandemia da Covid-19 revelou não só o drama da doença provocada por um vírus mortal que já tirou a vida de 62 cidadãos de Itapetinga. Como também jogou a luz a vulnerabilidade de quase 1/3 [um terço] da população do município que deve ficar com pouca ou sem nenhuma renda com fim do auxílio do emergencial.
Após o fim do benefício, mais de 22 mil itapetinguenses começarão o próximo ano sem esse amparo do governo em meio a uma pandemia ainda em curso. Há ainda incertezas com relação à vacinação e se novas medidas de restrição serão tomadas para conter a transmissão do vírus.
Em meio a tantas incertezas, uma coisa é certa. Não terá prorrogação do Auxilio Emergencial, segundo o próprio presidente Jair Bolsonaro. O Ministério da Cidadania passou a trabalhar com a volta do Bolsa Família e busca elevar o valor médio do benefício de R$ 192 para R$ 200, um reajuste de míseros R$ 8 reais.
Sem renda, 16.399 pessoas em Itapetinga não terão dinheiro para comprar alimentos e muito menos produtos básicos de higiene pessoal. Em números exatos, 22.643 são beneficiários do emergencial, com 6.244 vindo do Bolsa Família que migraram para o auxilio atraído pelo valor superior ao programa petista. Os mais de 22 mil beneficiários do emergencial ajudaram a impulsionar a economia do município no pior momento da crise sanitária.
Com 2020 se despedido. 2021 não tem cara que será tão diferente deste ano epidêmico. O município não terá como se comprometer em criar renda para os desamparados pelo governo federal ou muito menos abastecer de alimentos milhares de famílias em dificuldades. Muitos voltarão a migrar para o Bolsa Família, com valor muito abaixo do emergencial, mas só comtemplarão pouco mais de 6 mil e quanto quase 17 mil estarão a mercê da própria sorte.
Em dados extraídos do Ministério da Cidadania, o auxílio emergencial chegou a despejar na economia do município em torno de R$ 15 milhões mês. Com a redução de R$ 600 para 300 reais, o setores econômicos absolveram quase R$ 8 milhões do benefício pagos a pessoas desempregada, trabalhadores autônomos e família sem renda. Estimas que 75 milhões foram injetados na economia local de abril a dezembro/2020.
O impacto na renda das famílias será gigantesca e muito mais na economia local que sofrerá as consequências da falta de renda dos cidadãos sem o emergencial. O comércio de Itapetinga deve sentir para valer, a queda nas vendas a partir de fevereiro/2021, já que muitos beneficiários sacarão a última parcela em janeiro/2021.
Sem emergencial, Itapetinga não conseguirá gerar emprego, e o aumento do desemprego será uma consequência direta do fim do auxílio. Com desemprego em alta o aumento da pobreza é questão de dias. Assim fica difícil desejar um Feliz Ano Novo.