Carga viral maior contribui para transmissibilidade. Pesquisa aponta que o relaxamento das restrições contribuiu para o espalhamento do vírus.
Adultos infectados com a variante identificada em Manaus têm 10 vezes mais vírus no corpo. 18 estados já identificaram a nova cerpa. |
Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz aponta que adultos infectados pela variante brasileira do coronavírus, têm uma carga viral dez vezes maior do que adultos infectados por outras ‘versões’ do vírus. As informações são do G1.
Com uma carga viral mais alta, a variante se torna mais propensa a se espalhar mais rápido. A pesquisa ainda não foi revisada por outros cientistas nem publicada em revista, mas está disponível on-line.
“[Se] a pessoa tem mais carga viral nas vias aéreas superiores, a tendência é que ela vai estar expelindo mais vírus e, se ela está expelindo mais vírus, a chance de uma pessoa se infectar próxima a ela é maior”, explica Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazonas e líder do estudo.
Os pesquisadores analisaram 250 códigos genéticos do coronavírus durante quase um ano. A amostragem cobriu o primeiro pico da doença, em abril, e o segundo, no final do ano passado e início de 2021.
Eles perceberam que essa maior quantidade de vírus não acontecia, entretanto, nos homens idosos (acima de 59 anos). Uma possível explicação para isso é que a resposta imune de homens idosos tende a não ser tão eficiente de forma geral.
Felipe Naveca afirma, entretanto, que não há relação entre quantidade de vírus no corpo e gravidade da doença ou, até mesmo, presença deles.
“Carga viral não está relacionada com gravidade a gente tem pacientes com alta carga viral e sintomas muito leves ou até sem sintomas”, diz o pesquisador.
Apesar de ter surgido no Amazonas, ao menos outros 18 estados já detectaram infecções pela variante: os mais recentes foram Mato Grosso e Maranhão.