Pastores e empresários pressionaram Hagge a não cumprir decreto do governador

Pastores e empresários pressionaram Hagge a não cumprir decreto do governador

Prefeito Rodrigo Hagge resistiu a pressão de pastores evangélicos e empresários por comércio e igrejas abertas no lockdown.  

Pastores e empresários pressionaram Hagge a não cumprir decreto do governador
Em, 2020, prefeito Rodrigo Hagge se reúne com a OMEI (Ordem dos Ministros Evangélicos de Itapetinga) e agradece o apoio político dos ministros evangélicos.

No transcorrer da 1ª onda da covid-19 que matou quase 60 cidadãos de Itapetinga, o prefeito Rodrigo Hagge (MDB), selou macabro acordo com grupo de pastores evangélicos e empresários ligados a Câmara de Diretores Lojistas de Itapetinga (CDL) por flexibilização nas medidas restritivas em troca de apoio na campanha à reeleição. Hagge cumpriu sua parte no trato e promoveu o relaxamento de todas as medidas adotas para enfretamento ao novo coronavírus. O resultado foi trágico, por uma semana morria uma pessoa de covid a cada dia.

Agora, os líderes evangélicos do município e comerciante cobram o compromisso assumido durante a eleição e querem muito mais que meras ações de flexibilidade que possa amenizar rigidez do Decreto Estadual, do Governador Rui Costa (PT), o “lockdown”. Eles [pastores e empresários] desejaram o ‘liberou geral’ de volta, assim como na primeira onda da covid.

Fonte, ligada administração Rodrigo Hagge relata que na sexta-feira (26), dia do inicio do “lockdown” de fim de semanapela manhã, representante da classe empresarial e pastores do município se descolaram para Prefeitura de Itapetinga em busca do prefeito, com intuito de reverter as medidas duras do decreto estadual. No pacotão de cobranças, o não cumprimento das medidas restritivas decretada pelo governador, que proíbe comércio aberto e celebração de culto com presença de fieis no sábado e domingo.

E não era para menos o desespero dos pastores evangélicos. Afinal, domingo (28) é fim de mês e de fieis com salários ainda no bolso. O último dia de fevereiro seria crucial para pastores arrecadarem os preciosos dízimos, era arriscado ultrapassar o dia “D” da cobrança, ups! Desculpe, devolução, em tempos de crise sanitária e de trabalhador endividado.    

No comércio a choradeira foi quase idêntica a dos pastores evangélicos. Empresários reclamaram que era fim de mês, o salário da população poderia ser jorrado no comércio, fato, que contribuiria para cobrir a folha de pagamento dos empregados das empresas, e o fechamento no sábado pela manhã era desastroso para classe empresarial.

Mas, Rodrigo Hagge não topou o risco de elevar os números de casos por desobediência ao Decreto Estadual, e ser culpado por mais mortes diante a circulação da nova variante da covid-19 no município. Tudo indicada que a decisão do prefeito foi acertada. Na vigência do lockdown, Itapetinga registrou nas últimas 24 horas de sábado (27),  três mortes de cidadãos por Covid, o município detém o triste dado de 76 óbitos pela doença viral. Mesmo com colapso eminente da saúde, Hagge cedeu através de decreto municipal o funcionamento das feiras livres.

Em momento desesperado de falta de leitos de UTIs com ocupação quase 100% em todo estado baiano, a única preocupação dos pastores e empresário foi o incômodo de ficarem de bolsos vazios sem dá a mínima importância quem seria a próxima vitima fatal da covid-19. Para os pastores evangélicos a cobrança por celebração de cultos com presença de fieis no lockdown, é ainda mais depressível por se tratarem de homens que se dizem serem cristãos e seguidores da “boa fé”. Que fé!!! 

A desobediência ao decreto estadual do lockdown ocorreu em alguns municípios do estado, mesmo essas cidades não terem como garantir vaga de UTIs para pacientes covid, baixaram decretos liberando abertura do comércio e celebração de cultos com presença de fieis. Esses municípios, argumentação que era questão econômica manterem o comércio aberto. De acordo com relatos da Casa Civil do governo Rui Costa, estuda medidas de sanções a ações judiciais contra as cidades de Teixeira de Freitas, Caravelas, Eunápolis e Itamaraju, por manterem setores não essenciais funcionando em pleno colapso da saúde do Estado sem contrapartida de mais leitos de intenção para paciente com covid.