Para justificar a prorrogação do lockdown até a quarta (3), governador da Bahia apresentou dados assustador de 320 mortes por covid-19 nos últimos três dias.
Governador da Bahia Rui Costa (PT), prorroga lockdown no estado. |
O governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), vai prorrogar por mais 48 horas as medidas mais restritivas que adotou para tentar diminuir a transmissão do novo coronavírus. O lockdown estenderá até as 5hs da manhã da quarta-feira (3), apenas serviços essenciais vão continuar funcionando em toda a Bahia, exceto o Oeste, o Norte e o Nordeste do estado que manterão o toque de recolher que continua valendo entre 20h e 5h e vai até o domingo, dia 7.
O governador determinou que bares e restaurantes não tenham serviço presencial em nenhum horário, proibiu a venda de bebidas e determinou o fechamento de shoppings centers. Rui Costa afirmou que houve queda na transmissão com as medidas, mas que ela ainda é alta e que um novo período de restrições é necessário para tentar controlar a situação.
Neste domingo (28), a Bahia registrou o maior número de internados em unidades de terapia intensiva desde o início da pandemia, com 983 pessoas hospitalizadas em leitos Covid-19, incluindo crianças e adolescentes. Foram registradas ainda 90 mortes e 3.133 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h.
Em seu perfil no Twitter, o governador afirmou que a decisão de prorrogar o lockdown foi em conjunto com prefeitos da capital e interior. Rui manteve as regiões do Oeste, Norte e Nordeste do estado sob 'toque de recolher até o domingo. "Neste domingo, em diálogo com prefeitos da capital e do interior, tomamos a decisão de manter apenas atividades essenciais na Bahia até 5h de quarta, com exceção das regiões Oeste, Norte e Nordeste. O toque de recolher continua valendo entre 20h e 5h e vai até o domingo, dia 7." Veja vídeo abaixo:
Neste domingo, em diálogo com prefeitos da capital e do interior, tomamos a decisão de manter apenas atividades essenciais na Bahia até 5h de quarta, com exceção das regiões Oeste, Norte e Nordeste. O toque de recolher continua valendo entre 20h e 5h e vai até o domingo, dia 7.
— Rui Costa (@costa_rui) February 28, 2021
Ainda no Twitter, Rui Costa em vídeo esclareceu os motivos da continuidade das radicais medidas restritivas, entre os temores do governador baiano está ocupação das UTI em 83% e mais 20,5 mil casos ativos da covid no estado. "As medidas contra o coronavírus funcionaram neste fim de semana, mas vamos precisar manter para salvar vidas em toda a Bahia. Nas últimas 24h, foram 90 mortes por Covid-19 em nosso estado. Temos 83% de ocupação de leitos de UTI e mais de 20,5 mil casos ativos da doença."
Horas depois da publicação na rede social o governador voltou a esclarecer os números da saúde publica que aproxima do colapso. “Os hospitais privados continuam operando a quase 100%. A rede pública acima de 90%. Ao longo do dia de hoje estavam na fila esperando a regulação mais de 195 para leitos de UTI”, explicou o governador Rui Costa. De acordo com o mandatário baiano, foram 320 mortes registradas nos últimos três dias, o que ampliou a preocupação com o momento da pandemia.
Na sexta (26), o governador da Bahia chegou a afirmar que o Brasil todo entrará em colapso em duas semanas, e criticou a postagem do presidente Jair Bolsonaro em seu Instagram no domingo (28) a informação de que repassou bilhões aos estados em 2020. Segundo Bolsonaro, só para a Bahia teriam recebido da união R$ 67,2 bilhões.
Rui Costa rebateu o presidente sobre o bilionário repasse a Bahia. "Todo o orçamento do estado é menor do que isso", diz Rui Costa. "Se somarmos os gastos de executivo, legislativo, Judiciário e Ministério Público, chegamos em R$ 50 milhões", afirmou Costa que continua disparar, "O presidente, em vez de distribuir vacinas, segue distribuindo fake news, sem qualquer respeito pela verdade e pela vida", concluiu.
Com a ameaça de colapso de todos sistema de saúde pública no Brasil, registrando recorde de mortos, o presidente Jair Bolsonaro minimizou neste domingo a falta de leitos, dizendo que "a saúde no Brasil sempre teve seus problemas".
Para Bolsonaro, a situação não é justificativa para fechar o comércio, medida que tem sido adotada por governadores para diminuir o contágio do novo coronavírus. No entanto, medidas mais restritivas, incluindo a imposição de períodos de quarentena estrita, têm sido defendidas por especialistas e ex-ministros da Saúde, como única maneira de frear o contágio e reduzir o número de internações e de mortes no país, que nos últimos dias bateram recordes.