O ministro Anderson Torres pede a apuração a PF de possível crime de ofensa contra a honra do presidente pela publicação da capa da Istoé.
Ministro da Justiça pede à Policia Federal que investigue a revista Istoé por comparação do presidente Jair Bolsonaro ao ditador nazista. |
O ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu a abertura de um inquérito à Polícia Federal para investigar a revista "Istoé" por ter comparado o presidente Jair Bolsonaro ao ditador nazista Adolf Hitler.
"Com meus cumprimentos, reporte-me à Representação s/nº (16153663), de 18 de outubro de 2021, por meio da qual o Senhor Presidente da República encaminha a reportagem veiculada na Revista "Isto É", e solicita a apuração de possível crime contra a honra. Nesse contexto, solicito à Polícia Federal a adoção de providências para a abertura de inquérito policial com vistas à imediata apuração dos fatos relatados, sem prejuízo de outros eventualmente caracterizados", diz o ofício enviado por Torres à PF.
Nas redes sociais, o ministro diz que a revista pode ter cometido crime contra a honra do presidente.
"Ainda ontem (20), à noite, encaminhei documento à Polícia Federal, solicitando abertura de inquérito policial para apuração imediata de possível crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro, cometido pela revista Istoé, em sua última edição", escreveu o ministro.
A revista "Istoé" publicou nesta semana uma capa em que retrata Bolsonaro com a palavra "genocida" escrita sobre o lábio do presidente como se fosse o bigode usado por Hitler. A capa traz o título: "As práticas abomináveis do mercador da morte".
A revista destaca o pedido de indiciamento de Bolsonaro por nove crimes supostamente cometidos ao longo da pandemia, descritos no relatório entregue pelo relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Antes do pedido do Ministério da Justiça se manifestar sobre a capa da revista Istoé, a Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente a revista requerendo uma nova capa que diga que o governo defendeu "a vida, o emprego, a liberdade e a dignidade", na justificativa de que a publicação não condiz com a verdade e "atinge direta e indevidamente a imagem do Presidente da República, como chefe de Estado e do governo no país e no exterior".
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“Comparar este Governo a um que planejou e executou o extermínio do próprio povo é um artifício ao mesmo tempo, ridículo, pueril, acintoso e criminoso. E chega a ser um deboche com a inteligência de quem ainda lê esta revista”, afirmou a instituição.
Na capa sugerida pela União, Bolsonaro aparece acenando no desfile de sete de setembro e sendo abraçado por apoiadores. Veja abaixo:
Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente a revista requerendo uma nova capa que diga que o governo defendeu "a vida, o emprego, a liberdade e a dignidade". |