Uso político do CDM na gestão Hagge leva a Saúde de Itapetinga à beira do colapso

Uso político do CDM na gestão Hagge leva a Saúde de Itapetinga à beira do colapso

Ao permitir influencia de vereadores na Central de Marcação de Exames (CDM), o prefeito Hagge leva o sistema a colapsa com atendimento médico só 2022.

Uso político do CDM na gestão Hagge leva a Saúde de Itapetinga à beira do colapso
Com a pandemia dando sinais de queda de infecção pelo covid-19, a população volta a procurar exames médicos e encontra o caos nas filas do CDM de Itapetinga, com exames médicos sendo marcado para 2022.  

Criada na administração do ex-prefeito e médico Dr. José Otavio Curvelo (DEM), após a municipalização da saúde publica em Itapetinga, a Central de Marcação de Exames do Município (CDM), tinham o propósito de humanizar o atendimento de saúde pública oferendo a população um espaço para marcação de exames, regulação e transferência de pacientes para outros municípios.

O surgimento do CDM era motivo de satisfação por parte da população com a desburocratização na marcação de exames em único espaço físico, que funcionava quase 9 horas por dia para evitar o surgimento de filas. Afinal, na frente dessa empreitada havia um médico prefeito e médicos experientes no comando da Secretaria de Saúde, como o pediatra Dr. Sérgio Guimarães e posteriormente Dr. Arnaldo Teixeira, juntos, eles inovaram chegaram a criar o Centro de Diagnósticos Público de Itapetinga com a compra de aparelhos como, por exemplo, o de ultrassom, além de outros. Sempre trazendo melhorias em uma área de pouco dinheiro e de muita demanda.

O segredo do sucesso da saúde pública na administração José Otavio estava na exigência do ex-prefeito de não permitir o envolvimento de políticos no CDM. Muito contrário das gestões posteriores, a do prefeito médico, como as dos ex-prefeitos Michel Hagge (MDB) e José Carlos Moura (PT), que permitiram que vereadores e amigos próximos dos então prefeitos reinassem no CDM. Ao permitirem a influência de vereadores o resultado refletiu em declínio em suas gestões. Michel Hagge recebeu uma surra histórica do petista Moura na eleição municipal 2008. Já o petista terminou sua segunda administração, com bordão de “pior prefeito de Itapetinga”.

Volta das filas no CDM de Itapetinga e suspensão de exames com marcação para 2022 é resultado direto da influencia de vereadores no órgão da Saúde.
Volta das filas no CDM de Itapetinga e suspensão de exames com marcação para 2022 é resultado direto da influencia de vereadores no órgão da Saúde.

E pelo andar da carruagem, o prefeito Rodrigo Hagge (MDB), segue os passos do seu avô, o ex-prefeito Michel Hagge, que ao permitir influencia de vereadores, o atual prefeito vem levando o CDM à torna o órgão público mais odiado pela população. Como relatou as pessoas em entrevista a uma emissora de rádio local na manhã da segunda-feira (4), que se encontrava nas filas desde primeiras horas da madrugada de domingo para segunda. Segundo relatos, as senhas que ultrapassaram os 100 atendimentos ficaram para o próximo ano a serem atendidos.

Isso mesmo, marcação de exames só em 2022, em uma cidade de menos de 80 mil habitantes. O descalabro da saúde pública em Itapetinga é capaz de transformar um simples exame de básico de urina, sangue e fazes em de alta complexidade. Nem mesmo nas gestões anteriores, esse simples exames não duraria 2 semanas, hoje, na atual gestão do prefeito Hagge, é de até três meses. Sem falar, das pessoas com doenças graves que não tem o luxo de esperar mais que 15 dias, para exames de rotina. Uma espera acima de 30 dias pode ser fatal, levado o paciente a complicações clinicas.

Pressionado, Hagge demite Portella da chefia do CDM por vetar prioridade de exames a vereadores
Pressionado, Hagge demite Portella da chefia do CDM por vetar prioridade de exames a vereadores. (VEJA AQUI)

E o colapso na marcação de exames médicos para quem necessita de atendimento, pode esta ligada diretamente na demissão de Eliene Portella, ex-coordenadora do órgão, demitida por pressão dos vereadores da base aliada do prefeito Hagge na Câmara Municipal. Portella tentou implantar a volta do atendimento humanizado do governo José Otavio, sem fura-fila de pedido de vereadores. Mas não resistiu no cargo por muito tempo, ao desprezar os pedidos dos parlamentares em troca da boa prática de priorizar idosos, gestantes e pessoas com doenças graves, acabou caindo por uma caneta ordenada pelo prefeito Rodrigo Hagge sob pressão dos vereadores.    

Na Câmara de Itapetinga, a ordem é não tocar no assunto e deixar o único vereador de oposição, a parlamentar Sibele Nery (PT) falando sozinha sobre o colapso na saúde pública de Itapetinga. Como a base de Hagge no Parlamento esta sob rédea curta, silenciar diante o caos não será uma tarefa difícil.