Vereadores de Itapetinga são acusados de intolerância religiosa por abandonar plenário da Câmara na votação em homenagem a Mãe de Santo.
Na imagem: Veredores: Anderson da Nova (DEM), Gêge (PSB), Luciano Almeida (MDB), Tuca da Civil (Republicano) e Pastor Evandro (PSD). |
Na noite da quinta-feira (11), um dia após o vexame dos vereadores do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), que vetaram auxílio alimentação a servidores públicos licenciados. A Câmara de Vereadores de Itapetinga promover outro vexame, e desta vez, muito grave, quando um grupo de vereadores de seguimento religioso evangélico cristão abandonaram o plenário da Casa Legislativa para não votar em um projeto de Lei que homenageia em uma tradicional praça da cidade o nome de uma Ialorixá, ou mãe de santo de Candomblé como é conhecida popularmente.
Se foi por pura ignorância ou por intolerância religiosa não sabemos, mas que sabemos é que os vereadores evangélicos: Luciano Almeida(MDB), Tuca da Civil (Republicanos), Gêge (PSB), Anderson da Nova (DEM) e Pastor Evandro (PSD), fugiram do plenário do Legislativo de Itapetinga para não homenagear a mãe de santo Adotiva Almeida na presença dos familiares presente na galeria da Câmara Municipal.
Vereador Adelino Fonseca (MDB), o Peto, autor do projeto de lei de homenagem Ialorixá Adotiva Almeida e seus familiares na galeria da Câmara Municipal. |
O vexame só não foi maior, porque o projeto de lei é de maioria simples, mas se fosse de maioria absoluta o projeto de lei nº 055/2021, que “acrescenta o nome Adotiva Almeida a Praça dos Orixás”, de autoria do vereador Peto (MDB), seria rejeitado por falta de coro.
O inciso 2º de seu art. 11 da Constituição Federal proclama que “é vedado aos Estados, como à União, estabelecer, subvencionar, ou embaraçar o exercício de cultos religiosos”. Firma-se então o Estado laico no Brasil, em que todas as religiões contam com a proteção estatal. Consagra-se a liberdade de crença e de culto.”. A definição na nossa Carta Magna, sobre religião não impediu os ignorantes vereadores evangélicos de Itapetinga de tomar uma atitude desprezível e merecedora de punição.
Os ditos vereadores evangélicos, que de cristão não tem nada, estão longe de apresentar o caráter humano do verdadeiro cristão acolhedor de todas as religiões. Esses mesmos vereadores foram eleitos em uma democracia que permitiram os votos de todas as religiões, e ao serem eleitos tomam atitude descrente e desrespeitosa ao juramento que fizeram ao assume o mandato de vereador “de respeitar as leis: municipal, Estadual e Federal.
Em nota de repudio no site Sudoeste em Foco, o O Ilê Axé Ijobá Ogum Alákáyê representada por seu representante legal o babalorixá welmo ty Ogum externou repulsa pelo ato de intolerância religiosa, mais uma vez, ocorridos em Itapetinga contra os cultos de matrizes africanas, vitimando toda sociedade praticante da fé de Candomblé. Diz a nota
Na nota, revela os nomes dos vereadores fujões e classifica o ato dos edis de intolerância religiosa: “Pastor Evandro, Anderson da Nova, Luciano Almeida, Gegê de Bandeira e Tuca da Civil, que abandonaram a sessão da Câmara de Vereadores de Itapetinga, na noite desta quinta-feira (11), em um ato de Intolerância Religiosa no momento da votação do projeto de lei neto da quando acontecia a votação do Projeto de Lei nº 055/2021” e finaliza a nota: “O Estado é laico e, por dever, deve abrir seu púlpito para todas as vozes. Hoje vestimos branco, pela paz, para que a mácula do ódio e da intolerância não abra em chaga novamente neste país.”.
Pai de Santo acusa evangélicos de vandalismo contra monumento aos Orixás em Itapetinga. (VEJA AQUI) |
A Câmara Municipal de Itapetinga tem o dever moral e ético de investigar atitude desprezível dos vereadores evangélicos por crime de decoro parlamentar e esclarecer a população que a Casa do Povo é a Casa de todos os cidadãos de todas as crenças e religiões e não só de apenas uma ou duas religiões.