Valquirão: um presidente que impôs na justiça limites a 14 vereadores de Itapetinga

Valquirão: um presidente que impôs na justiça limites a 14 vereadores de Itapetinga

Presidente Valquirão rompe com cooperativismo na Câmara de Itapetinga ao recorrer a justiça contra 14 dos 15 vereadores do Parlamento que queriam impor reajuste nos próprios salários. 

Valquirão: um presidente que impôs na justiça limites a 14 vereadores de Itapetinga
Presidente da Câmara de Itapetinga, Valquirio barra na justiça reajuste nos salários dos próprios vereadores de Itapetinga. 

Nem sem sempre, maioria significa voto vencido. Foi o que provou o presidente da Câmara Municipal de Itapetinga, Valquírio Lima (PSD), o Valquirão, ao acionar a justiça que barrou a tentativa de seus colegas no Parlamento de impor a todo custo um reajuste nos próprios salários com direito a mamata de férias remuneradas, além de retroativos salariais de R$ 6 mil para cada vereador.

A Câmara de Itapetinga é hoje, composta por 15 vereadores, no qual, 14, manobraram em sessão plenária do dia (26/5), uma votação relâmpago de um projeto de lei que permitia o reajuste nos próprios salários e mais férias. Isso, em menos de 10 minutos, prazo que levou para ser aprovada no plenário do legislativo municipal em duas sessões.

Juiz barra reajuste nos salários e férias para vereadores de Itapetinga
Juiz barra reajuste nos salários e férias para vereadores de Itapetinga (VEJA AQUI)

O projeto que ampliou as mamatas dos parlamentares de Itapetinga foi aprovador por 14 vereadores presentes na fatídica sessão. A provação do projeto de lei nº 009/2022, se deu por decorrência de uma viagem do presidente da Câmara a Salvador, onde o vice-presidente Anderson da Nova (UB) aproveitou ausência do titular para aplicar uma espécie de ‘171’ nos cofres da Câmara ao aprovar em tempo recorde uma proposta que os cidadãos se quer sabiam que estava sendo votado, já que os vereadores ocultaram e omitiram o reajuste nos próprios salários durante o processo de votação.

A velocidade na aprovação do projeto lei das mamatas foi o grande pecado dos vereadores. Na ânsia de ampliar seus rendimentos nas custas da população, eles deixaram um rastro de ilegalidades no processo de tramitação e votação. Os erros foram tamanhos, que não requereu tantos esforços do presidente Valquirão em provar na justiça a insana usurpação de poder de seus colegas de Mesa Diretora, como o vice Anderson da Nova que tomou de assalto os cofres do Legislativo para turbinar os rendimentos dos vereadores na Câmara de Itapetinga.

A decisão do juiz da Comarca de Itapetinga a favor de Valquirão e contra 14 vereadores ao  barrar os reajustes e férias parlamentares, não pegou os vereadores de surpresa, afinal, eles sabiam das ilegalidades em todo processo de aprovação. Os vereadores queriam mesmo, era provar que a maioria no Parlamento é que manda e não o presidente da Câmara Valquirio Lima, que vem rejeitando os desejos parlamenteares de criar renda fácil para vereadores nas custas dos itapetinguenses. 

Nessa insana jogada pelo poder, a ampla maioria esmagadora dos vereadores de Itapetinga quebraram a cara. O presidente Valquirão provou que maioria decide, mas dentro da lei, fora das quatros linhas constitucionais serão enquadrados pela justiça. Um recado que deve impor limites aos vereadores tarados por dinheiro público.

A vitória de Valquirio Lima sob seus colegas vereadores foi uma demonstração de coragem, dificilmente vista ao longo dos anos no Poder Legislativo Municipal que sempre optou pelo cooperativismo. O trunfo de Valquirão hoje, é celebrado pela população que enaltece o presidente da Casa em emissoras de rádio e redes sociais. Mas isso não significa que o presidente Câmara possa andar por caminhos tortuosos e polêmicos. Mas por enquanto merece os louros da vitória e os parabéns de toda a população de Itapetinga.

Essa legislatura já batizada ‘das causas próprias’ esta sendo tritura e desgastada ao tomar caminhos semelhantes a dos ‘laranjas e rachadinhas’ da passada. O resultado final da última legislatura todos sabe: uma renovação histórica após o eleitor eliminar 11 vereadores que foram fuzilados no único paredão admissível numa democracia: as urnas. O eleitor de Itapetinga pode fazer justiça com o próprio dedo, sonegando votos aos desqualificados. E parece que nessa legislatura os eleitores já começa apontar os dedos.