EDITORIAL: Manifestação une Itapetinga contra guarda civil torturador em noite de emoção para um jovem agredido

EDITORIAL: Manifestação une Itapetinga contra guarda civil torturador em noite de emoção para um jovem agredido

Um jovem itapetiguense agredido por um guarda civil conseguiu em único dia unir uma cidade contra o abuso de poder.

Itapetinga se rende a protesto contra o abuso de poder de autoridades.

A sexta-feira, 15 de julho de 2022, entrará para história de Itapetinga como o dia do revide, sem armas em punho ou uso da força desproporcional e covarde. A única arma usada na manifestação em prol de jovem itapetinguense torturado por um guarda civil municipal, foram cartazes cobrando justiça, único meio permitido em uma democracia. 

A noite chuvosa e friorenta não inibiu ou desestimulou populares, familiares e amigos do jovem agredido a cumprirem o papel da cidadania de cobrar das autoridades públicas providências para que tal episódio de covardia não se repita em Itapetinga, seja em que farda o cumpridor da ordem pública e da lei estiver. A manifestação concentrou na Praça Dairy Walley e seguiu a pé até o Departamento da Guarda Municipal de Itapetinga sob gritos “justiça, justiça, justiça....”

O jovem agredido conseguiu em único dia unir uma cidade inteira que repudiou com veemência ação do agente municipal, onde cada tapa e soco desferido no roto do adolescente doeu no coração dos itapetinguenses que viram e sentiram nas imagens viralizada nas redes sociais, um filho ou neto, sendo covardemente agredido por um fardado valentão. E pior, esse fardado estimulando seu próprio filho a fazer o mesmo, a ser um covarde com o pai.  

A emoção do jovem adolescente no centro do protesto pacífico era o retrato da indignação de uma cidade que comoveu e hoje, cobra mais que justiça nos tribunais, mas a expulsão do malfadado guarda municipal Marcos Silva, pago e sustentado pelos contribuintes do município. Onde o único dever de estado do agente é proteger o nosso patrimônio público é não agredir cidadãos do município.

O olhar aterrorizado de medo no rosto do jovem no dia da ação do guarda civil que de arma empunho ao lado do seu filho decidiram tortura-lo, deu lugar a emoção e choro no centro da manifestação, que ali, ele não estava só, como no fatídico dia. O jovem contava com uma cidade inteira a seu favor e contra o famigerado agressor.

Medo mesmo, tiveram as autoridades públicas que sentiram a força da imprensa e das redes sociais ao levarem as imagens da agressão a correr o país. Como na manhã da sexta-feira a repercussão do caso ganhava força na medida em que cada cidadão do município e fora tomava conhecimento do terror tocado por um guarda municipal contra o jovem. Com explosão de criticas vindas da sociedade as autoridades decidiram agir.  

Ação covarde de Guarda de Itapetinga agredindo jovem estarrece e ganha às redes sociais e TVs (VEJA AQUI)

Na primeira publicação do IDenuncias, contestamos as autoridades por não ter afastado preventivamente o agente municipal agressor, horas depois, na tarde da sexta-feira, o prefeito da cidade anunciava o afastamento e ainda aumentou o tom ao falar em expulsão de Marcos Silva da Guarda Municipal de Itapetinga. Muito diferente das primeiras horas do amanhecer, quando o assunto da tortura a uma jovem era tratado como fato isolado a ser investigado internamente pelo órgão.

A reação inicial do prefeito Rodrigo Hagge (MDB), ‘vamos esperar para vê o que vai acontece’, não demorou muito para inicio das pressões que vieram de todos os lados. A morosidade do prefeito em tomada de decisão sobre o caso, já havia levado Itapetinga para o olho do furacão da mídia baiana, abalando a imagem da cidade.   

Até mesmo, a Ordem dos Advogados do Brasil em Itapetinga (OAB), que nunca deu importância para quem leva porrada ou seja torturado na cidade, emitiu nota pública contra agressões do guarda civil municipal, onde a comissão de direitos humanos da instituição repudiava com veemência “qualquer ato de violência praticado, especialmente dentro de uma corporação que visa proteger o bem público. “

Já o Ministério Público de Itapetinga, até o momento, não se deu o trabalho de manifestar sobre o episódio de violência contra um adolescente. É comum o órgão acusador de estado, se posicionar diante um fato com tamanha repercussão no estado da Bahia e acalmar a população que irá acompanhar as investigações para se valer a justiça. Mas, seria demais esperar do MP de Itapetinga, afinal, emitir uma nota pública dá muito trabalho.   

O episódio de violência por parte de uma autoridade fardada do município ascendeu um alerta dentro de uma cidade que cansou de ver abusos de poder praticados por agentes públicos. A reação de ir as ruas em um protesto pacífico da comunidade foi um claro recado para os valentões que costumam dá porrada, humilhar e torturar cidadãos sobre o simbolismo da impunidade “ isso, não vai dá em nada”.