Deputado federal e ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol tem mandato cassado por fraude à Lei da Ficha Limpa.
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou, por unanimidade, o mandato do deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR). |
Herói do Ministério Público Federal (MPF), nos anos dourados da Lava Jato, operação contra corrupção e um dos responsáveis pela prisão, do hoje, presidente da republica Luís Inácio Lula da Silva (PT), teve seu destino selado na terça-feira, 16, após levar uma surra de 7 x 0 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou, por unanimidade, o mandato do deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR).
Dallagnol chegou ao estrelato profissional na Lava Jato, como chefe da operação de combate a corrupção. No comando, fez de tudo: vazou investigações sob sigilo a imprensa para jogar a sociedade contra políticos e judiciário; ameaçou prisão aqueles não que delatasse; usou a operação para ganhar dinheiro em palestra patrocinada por empresa investigada pela Lava Jato; torrou quase R$ 4 milhões do dinheiro público em passagens e diárias, onde procuradores foram condenados a devolver o dinheiro, e outros tantos crimes na função de procurador público. Em fim, para Lava Jato combater o crime teve que cometer vários crimes.
Quase cinco anos depois da deflagração da Operação Lava-Jato, em 2019, foi identificado que procuradores da Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro, hoje senador da republica, andaram de conluio para condenar os investigados na operação.
O caso, revelado pelo portal The Intercept, na famosa Vaza Jato, mostrou que o então juiz Sergio Moro orientou ações e cobrou novas operações de procuradores, entre eles o coordenador da força-tarefa, Deltan. Em uma das conversas, o procurador teria pedido a Moro que decidisse rapidamente sobre pedido de prisão de Lula. Em julgamento no STF o juiz foi considerado parcial, e o processo com o petista voltou à estaca zero, e posterior, arquivado por não existir provas contra Lula.
E tem mais, o audacioso plano coordenado pelo procurador Deltan Dallagnol de criar um fundo abastecido com cerca de R$ 1,25 bilhão em recursos da Petrobras para projetos de combate à corrupção e promoção da cidadania. Onde o gestor dos bilhões seria o próprio Dallagnol, a tentativa foi barrada pela Suprema Corte (STF).
Com tantas inflações nas costas, tava na cara que a bomba de seus crimes iria explodir a qualquer momento. Previno sair demitido pela porta do fundo do Ministério Público Federal, com vários processos administrativos disciplinares deixou o MPF para trilhar na política, que um dia alegou “ter nojo”.
Deltan Dallagnol foi eleito deputado federal com 344.917 pelo Paraná. Mas antes de conquistar uma cadeira na Câmara de Deputados, manobrou para não ser pego pela Lei da Ficha Limpa.
Segundo a tese vencedora na Corte, a “manobra” de Deltan para deixar o Ministério Público Federal e se candidatar à Câmara “impediu que os 15 procedimentos administrativos em trâmite no CNMP em seu desfavor viessem a gerar processos administrativos disciplinares, que poderiam ensejar pena de aposentadoria compulsória ou perda do cargo”.
Em seu voto, o relator, Benedito Gonçalves, sustentou que “quem pretensamente renuncia a um cargo para, de forma dissimulada, contornar vedação estabelecida em lei, que é a indisponibilidade de disputar a eleição, incorre em fraude à lei”.
As malandragens do ex-procurador, agora, ex-deputado cassado Deltan Dallagnol, típico de suas práticas ilegais na Lava Jato, acabou mal. O TSE não caiu na arte dos criminosos de burlarem a lei para escapar dos seus crimes, e fez virar pó o tal herói de barro do lavajismo, que terá que correr atrás de emprego ou advogar para levar o pão de cada dia para casa.
Deltan terá que pagar a Lula R$ 75 mil de indenização por PowerPoint da Lava Jato (VEJA AQUI) |
Ao ver um dos seus parceiros de crimes na Lava Jato cair, o ex-juiz, hoje, senador da republica Sérgio Moro, diz esta estarrecido pela cassação do amigo e alegou que TSE calou uma voz honesta. Será mesmo?