De bode expiatório da Prefeitura a hospital referência: 10 anos da Fundação J. Silveira em Itapetinga

De bode expiatório da Prefeitura a hospital referência: 10 anos da Fundação J. Silveira em Itapetinga

Criticas, brigas, troca de acusações. Trajetória de enfretamentos com administração Rodrigo Hagge, marca 10 anos de existência da Fundação José Silveira em Itapetinga. 

De bode expiatório da Prefeitura a hospital referência: 10 anos da Fundação J. Silveira em Itapetinga
Hospital Cristo Redentor de Itapetinga, administrada pela gestora Fundação José Silveira. 

Não dá para expor à anatomia da Fundação José Silveira (FJS) em 10 anos de existência em Itapetinga. Mas dá para diagnosticar os sintomas que fez da gestora do Hospital Cristo Redentor (HCR) sair do inferno para céu depois do enfretamento com o prefeito Rodrigo Hagge.

No começo, em julho de 2013, a Fundação José Silveira era sinônimo de esperança para maioria da população da cidade que sofria com rumores reais do fechamento da Santa Casa de Misericórdia. Último diretor do HCR, o falecido médico Arnaldo Teixeira, não escondia à trágica situação financeira do hospital, o que levou associados apressar arrendamento da unidade para uma gestora de nohall.

Com a FJS estabelecida no município os atendimentos médicos tiveram significativa melhora, assim como, a redução de regulações de pacientes do município para cirurgias em hospitais de outras cidades.

Com melhorias vieram às exigências, e, não eram poucas.  A população queria mais, e o mais, era médicos, atendimentos e exames. O problema era a capacidade limitada da Secretária de Saúde para oferecer e pagar por uma demanda a população acima do que o município tinha a oferecer através da prestadora de serviço, no caso, a Fundação José Silveira.

O então prefeito na época, José Carlos Moura (PT) sofreu com pesadas criticas de ineficiência na saúde pública, mesmo ampliando os atendimentos médicos, com oferta de mais exames e cirurgias. Mas era tarde para uma reação na saúde à oposição tinha colado na população a narrativa de que a saúde estaria um caos.

A oposição que venceu a narrativa contra o petista na saúde, também, venceu a eleição, levando de volta os gabirabas para Prefeitura com o jovem prefeito emedebista Rodrigo Hagge.

Com Poder Executivo renovado veio um orquestrado plano de blindagem à administração Rodrigo Hagge na saúde pública, vista como a dor de cabeça de uma gestão pública. O esquema envolvia emissoras de rádios, blogs e radialistas que consistia em uma série de disparos de ataques a Fundação José Silveira para por a culpa de tudo de ruim na saúde de Itapetinga na conta gestora hospitalar. O prefeito Hagge teve blindagem garantida durante todo seu primeiro mandato.

Com os Hagges de volta, o inferno astral da Fundação José Silveira teve inicio que parecia sem fim. Acusações de falso médico e mortes de pacientes incluindo crianças eram motores que abastecia o noticiário local, que de quebra, tinha o péssimo atendimento a pacientes. Mesmo tentado corrigir as ineficiências, os relatos que a culpa seria da Fundação já havia virado falácias verdadeiras. Era como se gestora hospital fosse a própria prefeita da cidade.

Prefeito Hagge deixa a saúde de Itapetinga à beira do colapso após guerra com Fundação Silveira
Prefeito Hagge deixa a saúde de Itapetinga à beira do colapso após guerra com Fundação Silveira (VEJA AQUI)

A blindagem ao prefeito Rodrigo Hagge na saúde pública que já durava 6 anos, dava sinais de ruir com a inesperada reação da gestora hospitalar, casada dos ataques coordenados da Prefeitura.

E uma tarde de domingo, tubumes lacravam o Pronto Socorro (PS) do único hospital da cidade, o HCR. Era a resposta da Fundação José Silveira contra os ataques do prefeito e seu auxiliares, que além das criticas e acusações de negligência estavam em dívidas com a gestora hospitalar.

Imagem de hospital lacrado choca e leva pânico a Itapetinga que reage nas redes sociais
Imagem de hospital lacrado choca e leva pânico a Itapetinga que reage nas redes sociais (VEJA AQUI)

As tentativas de calote e Pronto Socorro lacrado foram combustíveis que turbinaram vorazes criticas contra administração Rodrigo Hagge, algo até então, não experimentado pelo gestor que levou toda culpa pelo fechamento PS do Hospital Cristo Redentor.

O jogo havia mudado.  Parte da imprensa fingiu de morta, políticos governistas e opositores tentaram virada de mesa em uma ofensiva desastrada contra a FJS para captar dividendos políticos, mas quebraram a cara, a população absorveu os fatos de que o prefeito é único culpado pelos tabumes que lacraram o Pronto Socorro.

Com artilharia da população aberta contra Rodrigo Hagge, o gestor pediu arrego a Justiça que concedeu 90 dias de prazos de Pronto Socorro reaberto pela FJS, até que o prefeito conclua obras emergenciais em um hospital privado. A fundação benevolente concedeu a Prefeitura prazo além do determinado por um juiz de Itapetinga.

A briga declarada do prefeito Hagge contra a Fundação hospitalar evidenciava que o único a perder com enfretamento foi à própria gestão gabiraba, nocauteada com gastos excessivos em uma reforma de hospital privado para substituir a eminente perda do Pronto Socorro do Cristo Redentor. 

Para por o hospital privado Monte Moriah de pé, o prefeito Rodrigo Hagge vem fazendo arte dos desvios, marca registrada de sua gestão pública. Para concluir as obras do Muriah, está maquiando reformas em escolas, e em unidades de saúde e redirecionado matérias de construção para o hospital privado. Até aqui, consta licitações que chegam a quase R$ 10 milhões reais em materiais de construções desde anuncio do fechamento do PS.

Nos bastidores da política o hospital privado era a solução para que Hagge reouvesse a popularidade perdida. Aposta no Monte Muriah, batizado de hospital municipal era mina de ouro para aliados do prefeito. Era! Até a semana passada quando o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT) anunciou milhões de reais em investimentos na Fundação José Silveira que faria do Hospital Cristo Redentor nova referência de unidade regional.

Anúncio da parceria da Fundação José Silveira com governo da Bahia que fará do Hospital Cristo Redentor referência regional.
Anúncio da parceria da Fundação José Silveira com governo da Bahia que fará do Hospital Cristo Redentor referência regional.

O anúncio amplia parceria do governo do Estado com a Fundação José Silveira, visando o custeio integral do Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. Com a ampliação desta parceria com a Secretaria de Saúde do Estado, todos os atendimentos à população de Itapetinga no HCR estão garantidos, independente de outras fontes de recursos, que inclui o município.

A boa nova para Itapetinga, não deve ter agradado os aliados da Prefeitura que apostaram no esforço do prefeito de criar o primeiro “Hospital Municipal de Itapetinga” que hoje, já esta sendo taxado de UPA 2 no centro da cidade.

Os 10 anos de existência da Fundação José Silveira em Itapetinga foram de altos e baixos. Mas é inquestionável papel auxiliador da gestora hospitalar na saúde pública do município e região. Na quebra de braço entre Prefeito Vs FJS, desta vez a Fundação levou a melhor.

Pedimos desculpa por erros ortográficos que mudaram expressão, como "rir" queria dizer ruim.