Não se pode achar normal o tráfico de drogas decidir uma eleição em Itapetinga.
Em ação rápida, Policia Federal desvenda o elo de candidatos a vereadores com o crime organizado para coagir eleitores na eleição em João Pessoa. |
Uma reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo exibido na noite da sexta-feira (18out), dimensionou o tamanho do problema que as autoridades terão que resolver para garantir o direito democrático do voto nas eleições brasileiras.
No nordeste do Brasil, a Polícia Federal fez uma operação contra a coação de eleitores em João Pessoa. O presidente da Câmara Municipal, Dinho Dowsley, do PSD, foi afastado das funções. Seu suposto crime? O envolvimento em um esquema com facções criminosas para controlar territórios de comunidades a coagir o voto de eleitores e evitar a eleição de outros candidatos. A operação da sexta-feira (18) é um desdobramento de investigações que começaram antes do primeiro turno. Há um mês, outra vereadora de João Pessoa, Raíssa Lacerda, do PSB, foi presa, suspeita de envolvimento com facções criminosas. Ela acabou desistindo da candidatura.
Em Itapetinga na Bahia, suposto elo de candidatos com o crime organizado ganha mesmo enredo de João Pessoal, porém, com outras personagens. No sábado que antecedia o domingo de eleição municipal, homens suspeito de serem soldados do tráfico de drogas a mando de um único traficante da cidade, iniciavam uma abrutada investida coordenada contra a candidata da oposição. As ordens do tráfico: a imediata retirada de todos os adesivos da opositora do PSD nas portas das residências em substituição a do candidato governista do MDB.
Um dossiê ao governador da Bahia sobre atuação do tráfico de droga na eleição em Itapetinga (VEJA AQUI)
Com os mesmos métodos criminosos de João Pessoa na Paraíba, os líderes da ‘boca de fumo’ espelhados em pontos de Itapetinga dão início a uma imediata coação de eleitores da história da cidade. A retiradas de adesivos das portas das residências eram acompanhadas com gritos de ameaças a quem votar na candidata opositora.
Mas não ficou só na ameaça verbal, quando esses mesmos soldados do tráfico exigiam que eleitores vestidos com camisas azuis da candidata da oposição eram obrigados a retira-las para vestirem camisetas amarelas do candidato governista e ainda irem para redes sociais propagarem sua mudança de voto.
E para agravar, a forte suspeitas que candidatos a vereadores foram financiados com o dinheiro do tráfico de drogas em Itapetinga. Fato, que contribuiu com envolvimento de traficantes na eleição deste ano em prol de determinadas candidaturas.
A oposição perdeu a eleição em Itapetinga? (VEJA AQUI)
Assim sucedeu a eleição em Itapetinga, onde os traficantes foram os maiores cabos eleitorais no pleito municipal. Se algo não for feito como na ação rápida da Policia Federal em João Pessoal, na próxima eleição a prefeito do município o tráfico de drogas terá a ousadia de lançar seu candidato a gestor municipal da cidade.