Com a indústria em alta na geração de empregos, Itapetinga vive retomada econômica; avanço feminino e novos investimentos sinalizam transformação, mas desafios sociais e urbanos persistem.
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Parque Industrial de Itapetinga na Bahia. |
Itapetinga, no sudoeste baiano, iniciou 2025 com sinais claros de recuperação econômica. Após um início de ano ainda marcado por incertezas e reflexos da retração observada entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano, quando o município perdeu 301 postos de trabalho, os meses de março e abril trouxeram alívio e otimismo. Em abril, o saldo de empregos formais foi de 231 vagas, mantendo a trajetória positiva iniciada em março, com 205 novas contratações. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
A indústria tem sido o grande motor dessa retomada. Só em abril, o setor foi responsável por 173 novas vagas, respondendo por mais de 74% do saldo total. Atualmente, emprega 8.819 trabalhadores formais, mais da metade do total de 16.605 vínculos ativos no município. Empresas como a Vulcabrás Azaleia, que anunciou a geração de mais de mil empregos até o fim do ano, têm sido decisivas nesse processo.Puxado pela indústria, Itapetinga cria 231 empregos com carteira assinada em abril (VEJA AQUI)
Os dados mostram uma transformação silenciosa, mas estrutural na economia de Itapetinga.
Tradicionalmente forte nos setores agropecuário e comercial, este último dominante nas décadas de 1980 e 1990, o município tem assistido à ascensão dos serviços como setor cada vez mais relevante na geração de empregos. Atualmente, os serviços já superam o comércio em quase o dobro de vagas geradas, abrangendo áreas que vão da administração pública à logística e finanças.
Essa diversificação é vista como um fator positivo, pois reduz a dependência de setores historicamente mais voláteis, como, a agropecuária dominante nas décadas 60 e 70. Ao mesmo tempo, o dinamismo da indústria reforça a vocação produtiva local, agora amparada por novos investimentos no setor calçadista.
Além dos indicadores econômicos, os dados de março revelaram um avanço importante no campo social: 55% das vagas preenchidas no mês foram ocupadas por mulheres. Isso sugere que a retomada pode estar promovendo maior inclusão de gênero no mercado de trabalho, especialmente em um setor historicamente dominado por homens, como a indústria.
No entanto, o crescimento acelerado traz também seus desafios. De acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), entre 2013 e 2023, Itapetinga avançou em emprego e renda, alcançando a marca de 0,6727, classificada como "Desenvolvimento Moderado", e ocupa atualmente a 26ª posição entre os municípios baianos. Apesar disso, áreas como saúde e educação ainda demandam atenção, e a infraestrutura urbana, pressionada pelo crescimento, carece de investimentos em transporte, habitação e serviços públicos.
Pesquisa desenvolvimento das cidades: Itapetinga registra bom em emprego & renda e ruim na Educação e Saúde (VEJA AQUI)
O aumento do emprego formal eleva o poder de compra da população, aquecendo setores como comércio e serviços e ampliando a arrecadação municipal. Os bons resultados também melhoram a imagem da cidade como destino atrativo para novos investimentos, podendo gerar um ciclo virtuoso de crescimento.
Mas para sustentar esse ritmo, será necessário investir na qualificação da mão de obra, especialmente para atender às demandas técnicas da indústria e aos perfis mais especializados nos serviços. Prova dessa carência de mão de obras, é a indústria calçadista a dá prioridade a recontratação de ex-funcionários já qualificados.
Os números recentes de emprego indicam que Itapetinga está vivendo um momento de recuperação e transformação. Com a indústria liderando a geração de postos de trabalho e os serviços ganhando força, o município começa a trilhar um caminho de maior diversidade econômica. No entanto, o desenvolvimento sustentável dependerá de políticas públicas que consigam equilibrar o crescimento com inclusão social e melhorias nas áreas ainda deficitárias. O desafio agora é transformar o bom momento em base sólida para um futuro mais justo e resiliente, especialmente, com os projetos de construção de hospital e clinica regionais que venha solucionar os graves problemas de atendimento na saúde pública do município.
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