Sidinei do Sindicato: único vereador de oposição a resistir às barganhas oferecidas por Eduardo Hagge

Único do PSD a resistir ao governo Eduardo Hagge, Sidinei mantém-se fiel à oposição enquanto ex-aliados trocam votos por cargos na Prefeitura de Itapetinga.

Sidinei do Sindicato: único vereador de oposição a resistir às barganhas oferecidas por Eduardo Hagge
Vereador de Itapetinga, Sidinei do Sindicato (PSD) a se tornar única voz opositora na Câmara de Itapetinga.

Em tempos em que a política flerta com o oportunismo e os discursos das urnas rapidamente se desmancham diante dos gabinetes do poder, uma figura em Itapetinga resiste ao vendaval de conveniências, o vereador Sidinei do Sindicato (PSD). Com uma votação expressiva de 1.802 votos válidos, representando 4,70% do eleitorado local, Sidinei se consolidou como um legítimo porta-voz da oposição e, até aqui, o único que ainda honra os compromissos firmados com quem o colocou no Parlamento.

Em contraste com os tapinhas nas costas que selam alianças duvidosas, Sidinei permanece de pé na trincheira opositora, ao lado da líder Cida Moura (PSD), sua principal referência política. Ele resiste mesmo quando a maioria dos que se elegeram sob a bandeira da mudança preferiram se acomodar nas regalias e barganhas oferecidas pelo governo do prefeito Eduardo Hagge (MDB).

Ao todo, seis cadeiras da Câmara Municipal de Itapetinga foram conquistadas pela oposição na última eleição. Hoje, restou apenas uma voz oposicionista ativa e coerente: a de Sidinei. Os demais, um a um, foram desembarcando no confortável colo do gabirabismo.

Os casos mais emblemáticos da guinada pragmática são os de Tiquinho Nogueira e Diego Rodrigues (o Diga Diga), ambos do PSD. Eleitos no mesmo partido de Sidinei e sob a mesma bandeira oposicionista, não titubearam em negociar sua independência em troca de espaços e vantagens junto à gestão Eduardo Hagge. Uma aliança que soa como traição aos olhos dos que acreditaram em um projeto alternativo de cidade.

Outros nomes engrossam essa lista de conversões convenientes. A vereadora Sibele Nery (PT), Daniel Lacerda (Podemos) e Sol dos Animais (Solidariedade), que também chegaram à Câmara empunhando discursos de resistência, acabaram se rendendo às facilidades do poder municipal, ocupando cargos, recebendo benesses e ignorando o grito das urnas.

Estelionato e a subserviência descarada dos vereadores de Itapetinga
Estelionato e a subserviência descarada dos vereadores de Itapetinga (VEJA AQUI)

É neste cenário de deserção coletiva que Sidinei do Sindicato emerge como exceção honrosa. Sua postura firme em defesa do projeto opositor, seu alinhamento contínuo com Cida Moura e sua recusa em se curvar aos encantos do poder revelam não apenas coerência política, mas respeito ao eleitor. E em tempos de escassez de lealdade, isso é quase heroísmo.

A política de Itapetinga, ao que tudo indica, continua sendo escrita em capítulos de conveniência. Mas enquanto houver vozes como a de Sidinei, ainda restará uma página de esperança em meio à trama de traições.

Se Itapetinga esperava que a Câmara refletisse a vontade das urnas, foi traída. Os vereadores, muitos deles eleitos sob a bandeira da mudança, transformaram seus mandatos em moeda de barganha. Tiquinho, Sibele, Daniel, Sol e agora Diga Diga renderam-se ao assédio do poder municipal, esvaziando a oposição no Legislativo e deixando a democracia local mais pobre. Resta saber: enquanto Eduardo Hagge consolida seu domínio sobre a Câmara Municipal, quem de fato representará o povo? Por enquanto, só Sidinei do Sindicato parece lembrar.