PF encontrou indícios de que ex-presidente tentaria asilo político nos Estados Unidos seguindo roteiro de fuga de Zambelli, ou, via embaixada.
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Presidente dos EUA Donald Trump e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) |
A tornozeleira eletrônica que agora cerca o tornozelo de Jair Bolsonaro (PL) carrega um simbolismo inegável: é o selo de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não repetirá os erros do passado. A fuga da deputada Carla Zambelli (PL) para os EUA, com destino final à Itália, ainda assombra o Judiciário brasileiro. Desta vez, porém, o ministro Alexandre de Moraes agiu antes que o ex-presidente pudesse sequer considerar uma rota de fuga, e os motivos são concretos. Investigadores identificaram riscos reais de que Bolsonaro tentasse deixar o país, o que levou à imposição das medidas cautelares.
Nesta sexta-feira (18), a Polícia Federal não apenas cumpriu mandados na casa de Bolsonaro em Brasília e na sede do PL, como também apreendeu pelo menos US$ 10 mil em espécie na residência do ex-presidente, valor que ainda está sendo contabilizado. A descoberta reforça as suspeitas de que Bolsonaro poderia estar se preparando para uma saída emergencial do país. Afinal, dinheiro em dólares, sem declaração, é justamente o tipo de recurso que facilita um voo sigiloso para o exterior.
As medidas impostas pelo STF, com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), são duras e estratégicas: recolhimento noturno, tornozeleira eletrônica, proibição de contato com diplomatas e embaixadas, e veto ao uso de redes sociais. Não se trata apenas de punição, é um bloqueio calculado para fechar todas as rotas de escape.
A debacle da deputada Carla Zambelli, que escapou para Miami e depois para a Itália enquanto era condenada a 10 anos de prisão no Brasil, foi um vexame para o sistema de Justiça. Desta vez, o STF não deixará brechas. O fato de Bolsonaro ter sido pego com uma quantia significativa em dólares apenas confirma o que os investigadores já desconfiavam: o risco de fuga era real, e as medidas precisavam ser imediatas.
Enquanto o STF trava qualquer tentativa de fuga, Donald Trump insiste em seu papel de aliado disruptivo. Em carta divulgada na quinta (17), o presidente americano não apenas defendeu Bolsonaro, como atacou o STF: "Este julgamento precisa parar imediatamente!", exigiu, em tom de ultimato. A mensagem, carregada de retórica política, foi publicada no Truth Social com o timbre da Casa Branca um gesto claramente calculado para inflamar suas bases e as de Bolsonaro.
Mas as ameaças de Trump vão além das palavras. Seu governo já sinalizou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e até mesmo sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. A estratégia, porém, parece ter efeito contrário: em vez de intimidar, apenas reforçou a determinação do STF em evitar que Bolsonaro siga o caminho de Zambelli, só que, neste caso, com consequências muito mais graves.
Bolsonaro é réu em ação penal no STF que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022. Na segunda-feira (14), a PGR apresentou suas alegações finais e pediu sua condenação por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa. O julgamento está previsto para começar até o início de setembro.
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Agora, sob vigilância 24 horas por dia e com todas as suas comunicações controladas, Bolsonaro enfrenta um cenário cada vez mais estreito. O STF, que um dia permitiu a fuga de Zambelli, agora mostra que não há mais margem para falhas. O recado é claro: nenhum dólar escondido, nenhum apoio de Trump e nenhum avião diplomático serão suficientes para evitar o julgamento. Desta vez, a Justiça brasileira parece determinada a escrever um final diferente, e Bolsonaro, ao que tudo indica, não terá para onde correr.
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