Gestão de Eduardo Hagge avalia aumento na taxa de iluminação pública de Itapetinga

Enquanto deputados e senadores enfrentam onda de críticas por derrubada de veto que elevará conta de luz, prefeitura avalia reajuste local; vereadores podem enfrentar desgaste político.

Gestão de Eduardo Hagge avalia aumento na taxa de iluminação pública de Itapetinga
Conta de luz dos itapetingunse pode ficar mais cara com possível proposta do prefeito Eduardo Hagge de reajustar as taxas de iluminação pública.

Enquanto o Congresso Nacional enfrenta um terremoto político após a derrubada do veto do presidente Lula à lei das usinas eólicas offshore medida que, segundo especialistas, pode aumentar a conta de luz dos brasileiros em até R$ 200 bilhões até 2050, a gestão do prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB) avalia enviar à Câmara de Vereadores um projeto de reajuste na taxa de iluminação pública. A proposta, que pode chegar aos parlamentares ainda no segundo semestre, promete reacender um debate sensível em meio ao clima de insatisfação popular com aumentos na luz.

Segundo fontes da Prefeitura, a administração municipal alega que os valores arrecadados atualmente cobrados via conta de energia são insuficientes para custear a manutenção e a modernização do sistema, incluindo a troca para lâmpadas de LED, mais eficientes, porém mais caras. Além disso, o governo reclama que a Coelba, responsável pela arrecadação, retém entre 5% e 12% do valor como taxa administrativa, repassando apenas o restante ao Fundo Municipal.

O momento, porém, não poderia ser mais delicado. A decisão do Congresso de derrubar o veto presidencial às usinas eólicas offshore desencadeou uma crise entre os Poderes e uma enxurrada de ataques nas redes sociais contra deputados e senadores, acusados de privilegiar grandes empresas em detrimento do bolso do consumidor. Agora, em Itapetinga, os vereadores temem que um eventual aumento na taxa de iluminação pública os coloque na mesma linha de fogo.

O cenário na Câmara Municipal já é turbulento. Com um parlamento dividido e parte dos vereadores insatisfeitos com a gestão Eduardo Hagge, a proposta pode enfrentar resistência feroz. "Ninguém quer ser associado a mais um aumento na conta de luz, especialmente agora", admitiu um aliado do prefeito sob condição de anonimato.

Se enviado, este não será o primeiro projeto do tipo sob o comando de um prefeito da família Hagge. Na gestão de Rodrigo Hagge (MDB), sobrinho de Eduardo, uma proposta semelhante foi barrada graças ao então vereador Tuca da Civil (Republicanos), que conseguiu adiar a votação no final de 2022. Na época, a medida ameaçava tornar a taxa de Itapetinga uma das mais caras da Bahia.

Agora, com o retorno do recesso parlamentar em 5 de agosto, a proposta pode reacender antigas rusgas. E, diferentemente de 2022, o debate ocorreria em um contexto nacional inflamado, onde qualquer aumento na conta de energia é visto como um ataque ao poder de compra da população.

O risco para Eduardo? Se insistir no reajuste, o prefeito pode enfrentar não apenas a rejeição dos vereadores, mas também um desgaste político em meio a um ano eleitoral/2026, ainda que as eleições municipais só ocorram em 2028. Afinal, como lembraram fontes próximas ao Legislativo, "vereador também paga conta de luz".

Enquanto o Executivo avalia seus próximos passos, a pergunta que fica é: em meio ao derretimento da imagem do Congresso e ao clima de revolta popular contra aumentos, os vereadores de Itapetinga estarão dispostos a aprovar mais um custo para o consumidor? A resposta pode definir não apenas os rumos da iluminação pública, mas também o futuro político da cidade.

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Recentemente, o prefeito Eduardo Hagge já enfrentou desgaste político após autorizar, por decreto, o reajuste de até 500% nas taxas de sepultamentos, medida que gerou forte críticas nas redes socais. A justificativa, a mesma usada agora para a possível alta na iluminação pública, foi a defasagem nos valores cobrados pelo município.