Pesquisa em Itapetinga mostra empate entre ACM Neto e Jerônimo para governador; Eduardo Hagge é 3º para prefeito

Racha na família Hagge explica empate entre Neto e Jerônimo e derruba prefeito para 3º lugar em projeção local.

Racha no Clã Hagge, não favorece o atual prefeito de Itapetinga Eduardo Hagge (MDB).

Uma nova pesquisa de intenção de voto em Itapetinga, contratada por um diretório estadual de uma legenda partidária, obtida pelo site IDenuncias, mostra um cenário extremamente competitivo para o governo da Bahia e uma crise política local que redefine as forças na cidade.

O maior destaque é a mudança na liderança para governador da Bahia. Jerônimo Rodrigues (PT), que vinha à frente na cidade, perdeu fôlego e foi ultrapassado por ACM Neto (União Brasil). Os dois agora estão em empate técnico, com o candidato da oposição ligeiramente à frente, mas dentro da margem de erro. A pesquisa foi realizada no fim de agosto, mas os dados completos e o instituto responsável não serão divulgados a pedido da legenda aliada ao governador baiano.

Já no cenário presidencial, Lula ultrapassa 60% da preferência em Itapetinga, com Bolsonaro fora do levantamento, o candidato da direita mais bem colocado na cidade é o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicano). Vale lembrar, que segundo a Quaest, ACM Neto lideras a pesquisa na Bahia.    

A virada de ACM Neto na cidade, historicamente antipetista, está diretamente ligada a uma ruptura política na família mais poderosa de Itapetinga, os Hagge. O racha começou com uma briga no clã entre o atual prefeito, Eduardo Hagge, e seu sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge.

O motivo da queda de braço foi a tentativa do prefeito Eduardo de forçar Rodrigo a apoiar publicamente a candidatura do governador Jerônimo Rodrigues. Rodrigo, no entanto, recusou o pedido e declarou apoio a ACM Neto.

Ruptura no Clã Hagge pode formar aliança entre Cida Moura e Rodrigo Hagge e emparedar gestão de Eduardo Hagge (Click Aqui) 

Esse rompimento familiar parece estar beneficiando diretamente a oposição. Enquanto a família se desgasta publicamente, a principal líder opositora, Cida Moura (PSD), se mantém à distância do conflito, colhendo os frutos da discórdia.

O desgaste do clã Hagge fica ainda mais evidente quando se olha para as projeções para as eleições municipais de 2028. Apesar de distante, a pesquisa mede a popularidade dos possíveis candidatos e os números são devastadores para o atual prefeito.

Eduardo Hagge aparece apenas em terceiro lugar, amargando uma rejeição significativa. O levantamento aponta a opositora Cida Moura em 1º lugar, seguida por Rodrigo Hagge em 2º. Para dimensionar a queda, Rodrigo abre uma vantagem de 11,6 pontos percentuais sobre o tio, o prefeito em exercício. Números até difícil de acreditar, por se tratar de um prefeito no comando da cidade e com a máquina pública nas mãos.

O que os números significam? A pesquisa de Itapetinga revela dois movimentos claros:

Primeiro, no plano estadual: O empate técnico entre ACM Neto e Jerônimo Rodrigues indica que a cidade, apesar de sua tradição antipetista, estava aberta ao governador, mas um movimento recente potencialmente o racha dos Hagge e a entrada de Rodrigo Hagge na campanha opositora fez ACM Neto recuperar terreno.

O segundo, no plano municipal: O racha na família Hagge está cobrando um preço alto. O eleitorado de Itapetinga demonstra cansaço com as brigas internas da família que há anos comanda a cidade. Quem mais ganha com isso, por enquanto, é a oposição liderada por Cida Moura. A mensagem é clara: o conflito familiar desgastou tanto Eduardo quanto Rodrigo, e o eleitor parece estar buscando uma alternativa fora do clã.