Demissão, salário reduzido e site sem patrocínio foram a gota d'água para o ex-vereador e blogueiro Davi Ferraz, que rompe em silêncio com o herdeiro político de seu ídolo, Michel Hagge.
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| Prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), e o blogueiro Davi Ferraz. |
A política itapetingense vive o fim de uma era. Através de uma antiga foto dos anos 80, ao lado do prefeito Michel Hagge e do vice Zildo Carvalho, o advogado e ex-vereador Davi Ferraz usou as redes sociais para se despedir. A imagem, uma relíquia de tempos áureos, serviu como carta de demissão não dita da gestão do prefeito Eduardo Hagge (MDB), filho de seu líder de longa data.
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| Antiga foto dos anos 80, usada com carta de despida de Davi Ferraz do grupo gabiraba. |
Por décadas, Davi Ferraz foi a voz digital da família Hagge. Sua paixão e submissão ao "velho gabiraba", Michel, eram incontestáveis e, para muitos, irritantes. Mas a lealdade, essa, nunca foi posta em dúvida. Até agora.
Em um texto curto e cheio de mágoa encoberta, Ferraz anunciou sua saída "por vontade própria", citando o cumprimento de um propósito ao lado do "saudoso líder". A justificativa final, porém, entrega o jogo real: "com a partida de Michel e os novos rumos da política local, não faz mais sentido permanecer". Promete contar "tudinho" em breve, num recado direto a Eduardo Hagge.
O estopim da decepção
Mas o que levou o blogueiro mais fiel a pular do barco? Os colunistas do IDenuncias já previam o movimento, e os motivos são um misto de cálculo político e desilusão pessoal.
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Davi Ferraz, que já enfrentou a Justiça Eleitoral por fake News para ajudar Eduardo chegar a Prefeitura, foi nomeado assessor do prefeito com um salário de R$ 6.600. Na recente onda de demissões de "marajás", ele foi cortado com a promessa de um retorno. O retorno veio, mas amargo: um cargo que pagava pouco mais de R$ 3 mil e, pior, sem a promessa do patrocínio da prefeitura ao seu site, o Sudoeste Hoje.
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A gota d'água, porém, parece ter sido perceber que Eduardo Hagge "não tem apego por ninguém", um desapego que já teria atingido até mesmo a própria família, como o sobrinho Rodrigo Hagge, peça-chave em sua eleição.
A tentativa de tornar sua saída um grande evento nas redes sociais falhou, esbarrando na falta de simpatia popular do blogueiro. Mas, nos bastidores, o rompimento é significativo. É a antecipação de um fim anunciado. A morte de Michel Hagge começou a desmontar o "gabirabismo", e Eduardo Hagge, ironicamente, está apressando o processo. O amor acabou, e a conta veio em forma de corte de salário e de influência. Mas, se tratando de Davi Ferraz, tudo pode acontecer, até mesmo um bom salário. Veremos!!!

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