Por decisão da justiça, o presidente do legislativo Luciano Almeida terá que instalar CPI para investigar o prefeito Eduardo Hagge.
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| Presidente da Câmara Municipal de Itapetinga Luciano Almeida (MDB). |
A política de Itapetinga entrou em curto-circuito. A Justiça determinou que o presidente da Câmara, Luciano Almeida (MDB), tem dez dias para instalar a CPI do Diga Diga. Se descumprir, a conta será salgada: multa de R$ 5 mil por dia. O alvo da comissão é explosivo, um documento suspeito, atribuído ao prefeito Eduardo Hagge (MDB), entregue ao Governo do Estado, para que dê um jeito de interferir no TSE para cassar o mandato de um vereador de oposição.
O caso nasceu de um ofício enviado ao governador sem assinatura. No papel, a defesa de que o Estado deveria interceder junto ao TSE para derrubar um adversário político, o vereador Diego Rodrigues, o Diga Diga (PSD). A jogada se amparava no processo que já havia cassado, no TRE-BA, o diploma de um vereador condenado por cuspir em um servidor público. O recurso ainda tramita em Brasília. Mas a Procuradoria Geral do Estado foi categórica: a Bahia não é parte do processo. Resultado: o ofício virou uma peça de ficção política.
CPI do Diga Diga: uma ameaça para a gestão de Eduardo Hagge sem maioria na Câmara (Click Aqui)
A reação no Legislativo foi imediata. Dez dos quinze vereadores assinaram o pedido de CPI. Em público, falam em “defesa da democracia” e “respeito à lisura”. Nos bastidores, a história é menos nobre: ninguém quer ser o próximo alvo de uma armação semelhante.
O prefeito Hagge (MDB), antes dono da chave da Câmara, perdeu o controle. Oito vereadores, a maioria do seu próprio MDB, romperam silenciosamente. Agora, fazem ‘meia’ oposição. O que parecia fidelidade virou desconfiança. E o que era base sólida virou terreno instável. Até aliados históricos olham para os lados, com medo de cair na mesma armadilha.
O estopim foi a tentativa de degolar um colega de parlamento. A ameaça despertou o chamado “espírito de corpo”. Com medo de que a guilhotina avance sobre outros mandatos, vereadores se uniram para abrir a CPI. Não por convicção, mas por instinto de sobrevivência. A lógica é simples: se hoje cassam um, amanhã pode ser a vez de outro.
Vereadores querem o DNA do prefeito Eduardo Hagge na carta ao governador da Bahia (Click Aqui)
Agora, a Câmara vive sob tensão. O presidente Luciano Almeida está encurralado: se não instalar a CPI, paga multa diária, que em três dias engole seu salário de vereador. Se instalar, coloca o prefeito no centro da fogueira. De todo jeito, o desgaste é a conta salgada o deixa sem saída. Vai ter que instalar a CPI.

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