Eduardo Hagge apresenta seu talento para a inovação: um candidato que inova no desvio de verba escolar e na arte dos contratos fantasmas.
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| Nas redes sociais, prefeito de Itapetinga é criticado por apoiar um candidato a deputado estadual acusado de corrupção. |
Parece que o prefeito de Itapetinga, Eduardo Hagge (MDB), tem um tipo muito específico de "experiência" para seus aliados. Sua mais nova aquisição para a campanha a deputado estadual é Carlinhos Sobral, ex-prefeito de Coronel João de Sá, cujo currículo agora vazou na internet e não é o típico LinkedIn.
Enquanto a maioria dos gestores busca obras e melhorias para a educação, o Sr. Sobral parece ter se especializado em... subtrações. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) gentilmente solicitou que ele devolvesse R$ 16,5 milhões aos cofres públicos. O motivo? Uma "pequena confusão" em que o dinheiro do Fundeb, destinado a escolas e alunos, foi parar em outros setores. Um mero detalhe contábil, certamente.
Mas por que parar por aí? O Ministério Público da Bahia, sempre tão meticuloso, detalhou como o ex-prefeito movimentou R$ 4,7 milhões em um criativo esquema de contratos fantasmas. Suas parcerias preferidas incluíam uma oficina mecânica que funcionava num salão de beleza e um fornecedor de peças automotivas que atendia na sala de casa. Uma verdadeira economia colaborativa e informal, desde que o dinheiro fosse público.
Prefeito Eduardo Hagge se alinha a acusados de corrupção para neutralizar candidatura de Rodrigo Hagge.
Não se pode acusar o prefeito Hagge de ser inconsistente. Para defender essa joia rara da administração pública, ele buscou apoio na nata da política baiana. Fotos circulam de seu encontro com os notórios irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, figuras que dispensam apresentações nos anais da Justiça. Um verdadeiro "encontro de mestres" quando o assunto é dinheiro público.
Os apoiadores do ex-prefeito Rodrigo Hagge, rival de Eduardo na cidade, não perderam a piada. A frase "Quem se mistura com porcos, farelo come" tornou-se o comentário mais popular nas redes. É, quando o seu candidato estrela tem uma ligação tão íntima com o Tribunal de Contas, fica difícil fazer campanha focada na "honestidade".
Aqui a trama ganha aquele sabor especial de ironia. Carlinhos Sobral é a aposta de Eduardo Hagge justamente para neutralizar ninguém menos que... seu próprio sobrinho, o ex-prefeito Rodrigo Hagge. Sim, o mesmo Rodrigo que foi mentor e principal articulador da candidatura do tio, o homem que praticamente carregou Eduardo até a prefeitura nas costas. A gratidão, na política itapetinguense, parece ser um conceito bastante flexível.
E como todo bom aprendiz que supera o mestre, Eduardo não se contentou em apenas virar as costas para o sobrinho. Decidiu fazer isso na companhia ilustre de Geddel e Lúcio Vieira Lima, formando um trio que tenta derrotar em Itapetinga o deputado federal Antonio Brito, aliado... do próprio Rodrigo Hagge. Uma verdadeira aula de como transformar alianças familiares em uma guerra política completa.
Aliança Cida Moura e Rodrigo Hagge em momento decisivo após acertos sobre apoios em 2026 e 2028.
Agora, Eduardo Hagge colhe os frutos de sua sofisticada estratégia de alianças. Enquanto ele se alinha a Sobral e aos Vieira Lima, seu ex-mentor (e tio) Rodrigo Hagge une forças com o deputado federal Antônio Brito. Uma disputa que promete: de um lado, a velha guarda dos condenados dos malfeitos; do outro, uma oposição pronta para apontar cada um deles.
Se essa é a "nova política" do "EduCoração", ou "Tiozão", que lhe prometeram? Ou apenas a velha e conhecida, mas com uma pitada a mais de cara de pau?

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