Itapetinga perde fôlego nas contratações e cria 106 vagas de empregos em outubro

Saldo positivo, mas modesto, interrompe série de bons resultados do emprego em Itapetinga desde março.

Itapetinga desacelera na geração de empregos formais. 

Parece que o motor do emprego em Itapetinga deu uma tossida. Depois de meses numa rota crescente e animadora, o município sentiu o baque da desaceleração econômica e registrou em outubro um saldo de apenas 106 novas vagas de trabalho com carteira assinada.

Os dados de Itapetinga, divulgados pelo Ministério do Trabalho, mostram um cenário bem diferente do pico de 416 empregos criados em agosto. É como se a cidade, que vinha num ritmo de corrida desde março, tivesse reduzido para uma caminhada.

A explicação para essa perda de fôlego não é um mistério apenas itapetinguense. Especialistas apontam o dedo para as altas taxas de juros (a 15% ao ano) impostas pelo Banco Central. Esse freio de arrumação na economia nacional chegou aqui e esfriou o ânimo de contratação. O resultado? Três dos cinco principais setores da cidade fecharam mais vagas do que abriram.

Quem segurou a ponta e quem deixou a peteca cair. Enquanto a construção civil, o comércio e a agropecuária fecharam, respectivamente, 9, 7 e 5 postos de trabalho, dois setores puxaram a carroça quase sozinhos.

A indústria foi a grande âncora, criando 96 novas vagas. Na sequência, o setor de serviços contribuiu com 31 novas oportunidades. Esse desempenho da indústria é um sopro de esperança e mantém o estoque de trabalhadores formais da cidade em um patamar reminiscente dos tempos áureos da chegada da fábrica de calçados Azaleia, no final dos anos 90, 18.299 trabalhadores.

Itapetinga perde fôlego nas contratações e cria 106 vagas de empregos em outubro

O impacto no caixa da cidade. Essa desaceleração não é apenas uma estatística. Ela tem um rosto e um impacto direto no dia a dia da cidade. Menos gente empregada significa menos dinheiro circulando no comércio, o que pode, sim, refletir em uma queda na arrecadação da Prefeitura de Itapetinga. O ciclo se fecha, e o preço é pago por todos.

Mas os números de outubro trouxeram também uma história digna de destaque: uma virada de jogo no perfil do emprego. Enquanto foram fechadas 5 vagas ocupadas por homens, as mulheres foram absolutamente responsáveis pela geração de novas oportunidades, com a abertura de 111 vagas. Um dado que merece um capítulo à parte na análise do mercado de trabalho local.

A sensação que fica é de alerta. Itapetinga mostrou que tem potencial para gerar emprego, mas também revelou sua vulnerabilidade aos ventos gelados da economia nacional. O desafio agora é ver se, nos próximos meses, a cidade consegue recuperar o fôlego ou se vai precisar se preparar para uma maratona em tempos de juros altos.