A decisão unânime dos ministros do TSE encerra o ciclo político de Diego Rodrigues, que perde a cadeira na Câmara de Itapetinga após condenações judiciais por crimes banais.
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| Diego Rodrigues (PSD) tem o diploma de vereador de Itapetinga cassado por unanimidade dos ministros do TSE. |
A carreira política do vereador de Itapetinga Diego Rodrigues, o Diga Diga (PSD), chegou ao fim de forma estrondosa e sem apelação. Na noite da quinta-feira (4/11), os sete ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formaram uma rara unanimidade e, em julgamento virtual, cassaram seu mandato. O placar final foi um sonoro 7 a 0, seguindo o voto do relator, ministro Floriano de Azevedo Marques.
A decisão, publicada por volta das 23h, transforma Diga Diga em ex-vereador e o torna inelegível pelas próximas eleições, o que significa ficar fora de, pelo menos, duas disputas municipais e duas gerais. Na prática, uma sentença de morte política, pelo menos por um bom tempo.
Vereador de Itapetinga Diga Diga está a um voto de ter o mandato cassado no TSE
O que levou a essa queda tão contundente? Dois episódios considerados crimes pela Justiça: a condenação transitada em julgado por ter cuspido em um servidor da prefeitura e por ter publicado ofensas pessoais contra a vereadora Sibele Ney em um grupo de WhatsApp. A corte entendeu que mesmo sendo crimes banais, a condenação em ‘transito e julgado’, (não cabe mais recursos na justiça), é o suficiente pela cassação do diploma de vereador.
Com a cadeira vaga, quem sobe ao plenário é o primeiro suplente do PSD, Valdeir Chagas. Ele assume um posto que pode fazer história: conquistará o inédito quinto mandato de vereador em Itapetinga, feito até hoje só alcançado pelo falecido político Américo Nogueira.
A cassação coroa um ano turbulento para Diga Diga, que mal havia sido eleito em outubro de 2024, quando foi preso pela Polícia Federal na Operação Overclean, que investiga um esquema de R$ 1,4 bilhão em fraudes. Nas conversas apreendidas, ele aparecia cobrando uma “mesada” de R$ 500 de um dos chefes da quadrinha, valor que defendeu ser patrocínio para seu blog, mas que manchou sua imagem.
O caso ganhou ainda um capítulo peculiar: circulou uma suposta carta do prefeito Eduardo Hagge (MDB) ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), pedindo interferência no TSE para cassar o vereador de oposição. O caso, ganhou repercussão na Bahia e incomodou o Palácio de Ondina, que havia negado o pedido do prefeito aliado de influenciar em julgamento na Corte Superior Eleitoral.
Prefeito Eduardo Hagge nega trama para cassar vereador Diga Diga, mas aliados já desconfiam
No fim, porém, foram os próprios atos do vereador, considerados crimes pela lei, que falaram mais alto aos ministros. Nem mesmo as dúvidas que a corte já teve no passado sobre cassar mandatos por condenações banais salvou Diga Diga. O voto foi unânime, rápido e fatal. A página virou, e Itapetinga terá um novo (e antigo) vereador em cena.
É cassação, é vida que segue...

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