Chefão da Lava Jato é acusado de receber propina para proteger doleiro

Chefão da Lava Jato é acusado de receber propina para proteger doleiro

Doleiro Messer afirma em diálogo que pagou propina ao procurador da Lava Jato Januário Paludo em troca de proteção

Chefão da Lava Jato é acusado de receber propina para proteger doleiro
Decano da operação da Operação Lava Jato, Januário Paludo
O símbolo do combate à corrupção no Brasil começa a ruir, após revelações que um dos procuradores da Lava Jato, é acusado de receber propina mensal para proteger um doleiro da mira da operação.

Segundo reportagem do UOL, O doleiro Dario Messer afirmou em mensagens trocadas com sua namorada, Myra Athayde, que pagou propinas mensais ao procurador da República Januário Paludo, integrante da força-tarefa da Lava Jato do Paraná. Os pagamentos estariam ligados a uma suposta proteção ao "doleiro dos doleiros" em investigações a respeito de suas atividades ilegais.

Januário Paludo, decano da operação, é uma espécie de conselheiro de Deltan Dallagnol. Um dos grupos de Telegram por meio dos quais os procuradores se comunicavam chamava-se "Filhos de Januário" em sua homenagem.

O doleiro Messer não fez a acusação numa delação premiada ou no âmbito de um inquérito. Ele falou sobre o suposto pagamento de propina a um dos chefões da Lava Jato em conversa com sua namorada.

Os diálogos de Messer sobre a propina a Paludo ocorreram em agosto de 2018 e foram obtidos pela PF (Polícia Federal) do Rio de Janeiro durante as investigações que basearam a operação Patrón, última fase da Lava Jato do Rio. Afirmou reportagem UOL.

Nas conversas obtidas pela PF, Messer fala a sua namorada Myra sobre o andamento dos processos que responde. Ele diz que uma das testemunhas de acusação contra ele teria uma reunião com o procurador da Lava Jato Januário Paludo.

Depois, afirma à namorada: "Sendo que esse Paludo é destinatário de pelo menos parte da propina paga pelos meninos todo mês."

A Lava Jato do Rio informou que já enviou o relatório à PGR (Procuradoria-Geral da República), órgão que deverá definir as providências a serem tomadas. Também consultada pela reportagem UOL, a força-tarefa de Curitiba afirma que Paludo preferiu não se manifestar.


Januário Paludo (à dir.) ao lado de Deltan Dallagnol

A força-tarefa da Lava Jato do Paraná se posicionou após reportagem e negou que procurado da Lava Jato Januário Paludo atuasse no processo contra o doleiro, afirmando que ação penal que tramitou contra Dario Messer em Curitiba foi de responsabilidade de outro procurador que atua na procuradoria da República no Paraná.

Na defesa a Paludo a Lava Jato em nota esclareceu que O doleiro Dario Messer é alvo de investigação na Lava Jato do Rio de Janeiro, razão pela qual não faz sequer sentido a suposição de que um procurador da força-tarefa do Paraná poderia oferecer qualquer tipo de proteção.

Os procuradores da força-tarefa reiteram a plena confiança no trabalho do procurador Januário Paludo, pessoa com extenso rol de serviços prestados à sociedade e respeitada no Ministério Público pela seriedade, profissionalismo e experiência. Finaliza a nota de esclarecimento (fonte Uol)