Enquanto o prefeito Eduardo Hagge descarta aliados históricos como se fossem peças defeituosas de um futuro distópico, seu sobrinho, Rodrigo Hagge, constrói silenciosamente a resistência.
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| Expurgo de seguidores gabibaras da Prefeitura de Itapetinga abre caminho para fortalecimento dos adversários do prefeito Eduardo Hagge (MDB). |
Parece que em Itapetinga, o futuro não é apenas sombrio, é incrivelmente familiar. A máquina política construída pelo falecido Michel Hagge, carinhosamente (ou não) apelidada de “Gabirabas”, está sendo sistematicamente desmontada. E o exterminador não veio do futuro em uma moto Harley-Davidson, mas chegou de carro oficial, na cadeira de prefeito. Seu nome: Eduardo Hagge (MDB).
A trama é digna de um roteiro hollywoodiano, mas com mais café coado e menos explosões. O grande patriarca, Michel Hagge, parte deste plano, deixando para trás um legado e um grupo de fiéis seguidores. Entra em cena o herdeiro, Eduardo, que, em vez de abraçar os soldados leais que garantiram a sobrevivência do clã, decide que é hora de uma… atualização de sistema.
A estratégia? Simples e genialmente autodestrutiva: expurgar os gabirabas da prefeitura, aqueles mesmos que trabalharam por décadas pela família, para abrir espaço para os opositores de campanha. Sim, você leu certo. O plano mestre do prefeito é trocar sua base fiel por quem, até ontem, o atacava. É como o SkyNet decidir recrutar os humanos para ajudar a exterminá-los. A lógica é tão brilhante que dói.
O ápice dessa saga familiar, que faria John Connor suar frio, é a relação com o sobrinho, Rodrigo Hagge. Enquanto os gabirabas sussurram (e, nas redes sociais, gritam) que a eleição de Eduardo foi um milagre operado por Rodrigo “a eleição estava perdida”, eles admitem, o tiozão resolve retribuir a gentileza com um chute no traseiro político do sobrinho. Apoiando outras candidaturas fora do metiê gabiraba, Eduardo parece acreditar que pode construir uma base sem a própria família que o elegeu. Uma ousadia que, segundo os gabirabas “raiz”, nem o próprio Rodrigo teve coragem.
E é aí que a ficha começa a não cair. Enquanto Eduardo, o “Exterminador de Gabirabas”, mostra suas armas antes mesmo de esquentar a cadeira, Rodrigo Hagge, longe dos holofotes da prefeitura, começa a criar uma musculatura política própria, independente do tio. Os gabirabas expurgos, agora “raivosos”, prometem vingança. E a máquina pública, aquela que Eduardo tenta controlar, pode se tornar o palco dessa retaliação.
Agora, a trama ganha contornos ainda mais dramáticos. Quando o ex-prefeito Rodrigo Hagge está prestes a fechar um acordo político com ninguém menos que a líder opositora Cida Moura (PSD), a mesma que quase derrotou Eduardo Hagge nas eleições passadas. Sim, leitores, a ironia é mais saborosa que um cafezinho gabiraba.
Enquanto Eduardo brinca de "exterminador dos gabirabas", Rodrigo e Cida Moura preparam o que já sendo chamado nas redes sociais de "o paredão de forças" contra o prefeito. É a união perfeita entre o herdeiro político desprezado e a oposição histórica, uma combinação que pode fazer o chão tremer sob os pés do atual ocupante da Prefeitura municipal.
Fim da paixão? Blogueiro dos Hagge abandona o gabirabismo e a gestão Eduardo Hagge.
Os gabirabas "raiz", aqueles expurgos da prefeitura, veem nessa aliança a vingança perfeita. E o mais irônico? Eduardo, em sua cruzada para exterminar o próprio passado, pode ter criado o inimigo mais formidável possível: uma frente ampla que une seu próprio sobrinho com sua principal adversária.
E o pano de fundo é ainda mais cruel: em Itapetinga, acreditam os gabirabas, a influência de Eduardo Hagge é nula para governador e presidente. Para esse gabirabas, a cidade parece crer mais em ACM Neto do que no próprio prefeito.
A lição que o "Tiozão" parece ignorar é a mais básica da ficção científica e da política: subestimar a resistência é o primeiro passo para a derrota. Enquanto Eduardo brinca de ser o exterminador do próprio legado, Rodrigo e Cida Moura preparam o que pode ser o "Julgamento Final" do clã Hagge.
O ironicômetro da cidade já está no limite. E os gabirabas, aqueles que foram descartados como peças defeituosas, agora assistem com um sorriso nos lábios enquanto o exterminador prepara inconscientemente sua própria queda. Nas palavras imortais do Exterminador do Futuro: "Hasta la vista, baby". Só não sabemos ainda para quem se dirige a despedida.
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