Ao anular sentença de Juíza, TRF-4 abre caminho para anulação da condenação de Lula no Caso do Sitio de Atibaia.
Ao condenar Lula, juíza do caso do sítio de Atibaia pode ter usado os mesmo metedor de copia e cola de sentenças proferida pelo ex-juiz Moro |
A juíza Gabriela Hardt, que condenou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem no caso do sítio de Atibaia (SP), teve sua sentença condenatória anulada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região). A juíza foi acusada pelo Tribunal de reproduzir, argumentos de terceiro, copiando peça processual sem indicação da fonte, o que não é admissível pela lei.
Com esse entendimento, a 8ª Turma do Tribunal Federal da 4ª Região acatou apelação e anulou a sentença da juíza Gabriela Hardt, substituta do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro do governo Bolsonaro, na 13ª Vara Federal em Curitiba. O cargo hoje é ocupado pelo titular Luiz Antônio Bonat.
O TRF-4 apontou plágio no julgamento desta quarta-feira (13), um caso envolvendo uma sentença condenatória proferida pela juíza Hardt e decidiu anular a decisão por considerar que a magistrada copiou e reproduziu como seus argumentos de terceiros, no caso o MPF, ao condenar investigados ligados a uma entidade, o Instituto Confiance.
Além da anulação pela copia e cola de sentença, a juíza foi acusa de outra irregularidade no processo, o uso de grampo telefônico de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná que tem prerrogativa de foro. Mesmo a defesa demonstrando essa irregularidade com base nas contas do telefone funcional do conselheiro, a magistrada proferiu a sentença e depois mandou abrir um inquérito policial, ou seja, antes da investigação a condenação.
Embora não se trate de nenhum caso de investigação da Lava Jato, a decisão do TRF-4 pode provocar mais uma derrota explosiva no coração da operação em Curitiba. O argumento aceito pelo colegiado da 8ª Turma do TRF-4 nesse caso é muito similar ao alegado pelos advogados do ex-presidente Lula, no caso do sítio de Atibaia (SP).
A defesa de Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que fosse juntada ao processo uma perícia feita pelo Instituto Del Picchia que sustenta que a juíza Gabriela Hardt copiou trechos da sentença do então juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Na oportunidade a juíza Gabriela Hardt, negou que a sentença proferida por ela contra o ex-presidente Lula, tenha sido copia de sentença do então juiz Sério Moro. E acusou a defesa de Lula de acusações irresponsável e injustas.
O parecer pericial, feito por Celso Mauro Ribeiro Del Picchia, diz que existem provas de forma e de conteúdo da cópia. No primeiro caso, paridades de cabeçalhos e rodapés, determinações das margens, a extensão das linhas, os espaçamentos interlineares e entre parágrafos, as fontes e seus tamanhos, os títulos e trechos destacados em negrito e centralizados.
Quanto ao conteúdo, ressalta a existência de trechos repetidos e até mesmo um ponto no qual Hardt cita o "apartamento", quando estava julgando o caso do sítio. A confusão seria com a outra ação penal em que Lula foi condenado, que envolve um apartamento no Guarujá, no litoral de São Paulo.
Por essa, até Lula não contava, com decisão que pode livrar o petista de duas condenações por corrupção. Já que o caso do tríplex do Guarujá pode ser anulado, se caso, a segunda turma do STF, concluir que o ex-juiz Moro, foi parcial na condenação do ex-presidente.
Mensagens publicadas pelo Intercept Brasil revelaram que o ex-juiz, apontou e indicou testemunhas e conduziu as investigações contra Lula. Prática considerada ilegal, já que a lei não permite que juízes tornem parte de um processo. Com Conjur.com.br