Empresas controladas por filho de Lula, receberam pagamentos suspeitos do grupo Oi/Telemar, que teria sido uso na compra do sitio de Atibaia
Fábio Luiz, conhecido por Lulinha, suspeito de receber dinheiro suspeito da Telefônica Oi |
A 13 dias da condenação do ex-presidente da republica Luís Inácio Lula da Silva (PT), no caso do Sítio de Atibaia. A Lava Jato deflagrou operação que tem como um dos alvos Fábio Luis, filho do ex-presidente.
Na operação de de hoje (10), a Polícia Federal chegou a pedir a prisão temporária de Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, na representação que apresentou à juíza Gabriela Hardt substituta de Moro na Operação Lava Jato. O pedido, no entanto, foi negado pela magistrada. Hardt foi a juíza responsável do caso do sítio de Atibaia que condenou o ex-presidente a mais de 12 anos de prisão.
A suspeita é a de que empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas pelo filho de Lula, recebeu repasses suspeitos do grupo Oi/Telemar, que, em troca, teria sido beneficiada pelos governos petistas [Lula/Dilma].
Na representação feita à juíza Gabriela Hardt, além dos mandados de busca e apreensão, o delegado Dante Pegoraro Lemos afirma que era necessário impedir "nova ação imediata de envolvido", destacando que já teriam oportunidade de arquitetar, comandar ou participar de "possível ação de ocultação ou destruição de provas quando da deflagração da 24ª fase da Lava-Jato, em março de 2016.
Segundo Ministério Público Federal [MPF], os pagamentos, que somam R$ 132 milhões de 2004 a 2016, teriam sido usados na compra do sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente.
No dia 28 de novembro, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) condenou Lula por acusação de corrupção e lavagem de dinheiro relativa a reformas no Sítio de Atibaia. A investigação atual é sobre a compra da propriedade.
No polêmico julgamento, criticado até por ministros do STJ e STF, o TRF-4, que aumentou a pena fixada na 1ª instância (12 anos e 11 meses de prisão) para mais de 17 de cadeia. Lula segue solto até o fim dos recursos ele também está condenado no caso do tríplex de Guarujá, há mais de 8 anos de prisão.
Além do filho de Lula, Fábio Luis, as empresas alvo da Lava Jato seriam controladas por Fernando Bittar, seu irmão, Kalil Bittar, e o empresário Jonas Suassuna. Os valores teriam sido pagos sem justificativa em troca de benefícios com atos do governo federal.
A área onde está a casa, o lago e outras benfeitorias do sítio de Atibaia está registrada em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de Lula que atuou na fundação do PT. Outra parte do sítio está em nome de Suassuna.
O Ministério Público Federal cita, entre as ações, um decreto de 2008, assinado por Lula, permitindo a operação de aquisição da Brasil Telecom pelo grupo Oi/Telemar.
Provas colhidas em outras fases da Lava Jato e obtidas com a quebra do sigilo bancário dos investigados indicam que as empresas do grupo não teriam mão de obra e capital compatíveis com a prestação de serviços para os quais foi contratada pela Oi/Telemar.
Os procuradores encontraram movimentação na ordem de R$ 40 milhões entre as empresas de 2014 a 2016, num projeto denominado “Nuvem de Livros”.
Outros mandados de busca dessa fase da investigação têm como objetivo apurar possíveis irregularidades no relacionamento entre o grupo Gamecorp/Gol com a Vivo/Telefônica. (Fontes: Folha de S.Paulo/O Estado de S.Paulo e O Globo)