Acusações de omissão, mentiras, desvios de recursos público federal, ganha conotação em declarações entre Secretário de saúde e Diretor de Hospital.
Na Imagem: Secretário de Saúde de Itapetinga, Hugo Souza e o Diretor do Hospital Cristo Redentor, Dr. Silvio Macêdo. |
Quando surgiu o primeiro caso suspeito de Covid-19 em Itapetinga, o prefeito Rodrigo Hagge (MDB), usou os meios de comunicação local para anunciar que o município, estava pronto para o enfrentamento ao novo coronavírus. Na guerra contra o vírus letal, o prefeito havia revelado em março que o Hospital Cristo Redentor havia reservado 10 leitos com respiradores para os casos mais graves da doença.
Ao lado da coordenadora da Fundação José Silveira, Ana Bárbara, gestora administrativa do Hospital Cristo Redentor, além do Gerente Executivo das Santas Casas, Leonardo Mattos. O prefeito sinalizou em vídeo exibido no site oficial da Prefeitura uma parceria promissora com Fundação no enfrentamento ao Covid-19. As imagens fora gravadas no próprio hospital em uma suposta ala exclusiva para pessoas infectadas com a doença.
Mas bastou um triste episódio de uma jovem deficiente, 22 anos, sendo recusado na porta do Hospital Cristo Redentor por suspeita de Covid-19, para revelar que tudo não passou de propaganda enganosa do governo municipal e seus parceiros responsáveis pela gestão da Santa Casa.
Policia Militar foi acionada pela médica do SAMU, sobre a recusa da paciente no Hospital Cristo Redentor. |
A jovem foi encaminha para UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde recebeu atendimento, em teste rápido constatou que a paciente não era portadora do Covid-19. O caso que praceia de policia, ficou por isso mesmo. Mas, a troca de acusações após o episódio entre o Diretor do Hospital, o cardiologista Dr. Silvio Macêdo e o Secretário Municipal de Saúde Hugo Souza, não ficou por isso. Eles partiram para redes sociais, para se defenderem sobre a responsabilidade da recusa da paciente no Hospital.
Na troca de acusações a revelação que o hospital Cristo Redentor jamais teve os dez respiradores e muito menos uma ala exclusiva para pessoas infectadas pelo Covid-19, prometida pelo prefeito Rodrigo Hagge em caso do avanço da pandemia no município.
O disparar do secretário de saúde, Hugo Souza que em áudio detonou a gestão do Hospital, tido com parceiro e suposto apoiador do prefeito na eleição deste ano [se houver]. No ataque, Hugo apontou ineficiência e falhas da Santa Casa, e levantou suspeita de desvio de recurso público praticado pela administração do Hospital.
Hugo cobrou do diretor do Hospital Cristo Redentor Dr. Silvio Macêdo, explicação, sobre os três respiradores que supostamente teria recebido do governo, que não se encontra na Santa Casa, além dos gastos com recurso público federal, que dispõe sobre a transferência de auxílio financeiro emergencial às santas casas e aos hospitais filantrópicos sem fins lucrativos para combate a pandemia. O secretário sinuou que verba não havia sido gasta na finalidade emergencial exigida pela portaria do governo federal que liberou os recursos milionário. (Vídeo ouça áudio de Hugo Souza)
“Nós temos quatro monitores dois respiradores. Não recebemos nenhum respirador nenhum monitor nada do governo federal para o combate ao Covid. Agora diferente da Santa Casa que recebeu três respiradores, recebeu o recurso através da Portaria 1.448 recebeu medicação recebeu todo o aparato para o combate ao ocorrido. Agora retribuiu a pergunta o presidente da Santa Casa. Cadê o dinheiro que a Santa Casa recebeu para o combate ao ocorrido. Cadê os respiradores que a Santa Casa recebeu. Pergunto Se um médico que já fez um juramento de salvar vidas negar atendimento a uma pessoa na porta de um hospital é correto. Omissão de socorro é crime.” Acusou Hugo.
Sobre os 02 respiradores e monitores, o secretário de saúde referia-se a unidade de saúde do habitacional 12 de Dezembro, que segundo Hugo está pronta para atender pacientes com Covid-19. No áudio, o secretário segue os ataques ao diretor do HC.
“Não é um médico gritar na porta de uma ambulância que o paciente está com covid que vai fazer o paciente ser regular para a unidade. Os pacientes terão que ser avaliados pela equipe da Vigilância Epidemiológica. Terão que apresentar característica clínica e epidemiológica para ser transferido para a unidade [UPA]. Não queremos enviar pacientes sem covid para uma unidade de convívio porque um médico se recusou a fazer a avaliação clínica desse paciente.”.
“A UPA é referência para paciente com fratura facada infarto derrame crises convulsivas cólica renal e mesmo assim atende os pacientes que chegam lá e atende muito bem atendido porque a Santa Casa não isolou a área para o atendimento aos pacientes suspeitos porque a Santa Casa não usa o recurso destinado ao combate à pandemia. " Ao finalizar, Hugo Souza, transpareceu que gestão do Hospital, quer que a prefeitura pratique irregularidade na transferência de recuso do município para Fundação. “Não somos irresponsáveis para utilizar qualquer recurso de forma indevida apenas para satisfazer a vontade de pessoas mal intencionadas.”
A gravidade das acusações feita pelo secretário de saúde sobre suposto desvio de finalidade de verbas públicas e respiradores, não foi esclarecido pela gestão do Hospital. O diretor da Santa Casa, Dr. Silvio Macedo se limitou a esclarecer em nota o episódio da recusa da paciente, já que o médico e cardiologista apenas administra a entidade sem gerir os recursos, que fica a cargo da Fundação José Silveira.
Na nota de esclarecimento, Dr. Silvio revelou que o hospital não tem ala exclusiva para paciente com covid, e muito menos dispõem de respiradores com havia informado o prefeito de Itapetinga.
“hospital naquele momento não tinha os equipamentos necessários para dar o suporte de vida porque nessa paciente com suspeita de covid-19 apresentava grave insuficiência respiratória, no momento o hospital não dispõe de nenhum tipo de equipamento, e os que têm no hospital estavam sendo utilizados por outros pacientes.” Diz Dr. Silvio.
O Diretor do Hospital esclareceu ainda, que não estava de plantão na sexta-feira (5), quando a Policia Militar foi acionada pela médica do SAMU, alegando que o Hospital está recusando internação da paciente. Mesmo essa médica ciente que o Hospital não havia suporte para o atendimento, e que a UPA, já teria vaga para a internação da jovem.
No vídeo, Dr. Silvio Macêdo, deixou claro que não houve omissão de socorro, por parte do HC, mas, uma preocupação com uma possível evolução do quadro clinica da paciente que provavelmente teria necessidade de um respirador, aparelho inexiste no Hospital. (Veja o Vídeo):
As declarações do secretário de saúde Hugo Souza, em áudio, precisam de apuração. Ao acusar a Fundação José Silveira, gestora do HC de desvio de recurso federais e ocultação de respiradores a paciente grave da doença, é crime e precisa ser apurado. Fato comprovado nesse episódio, é que o prefeito saiu como mentiroso ao propagar falsas promessas, na pandemia.
A mentira dita no final de março pelo prefeito Hagge pode ter contribuído pelo relaxamento das medidas sociais restritivas no combate a disseminação da doença no município. Podendo ter criado uma falsa sensação que a saúde publica municipal dava conta do recado, em caso de avanço da pandemia na cidade.
Hoje, com números crescentes de infectados pelo Covid-19, abastecendo as estatísticas diárias. Itapetinga sinaliza para isolamento social severo. Após quase três meses de Decreto Municipal que ‘liberou geral’, as atividades comerciais do município. O preço a pagar é muito alto, já que nosso sistema público de saúde é frágil, o colapso é questão de tempo, em caso de agravamento do contagio.
Dados extraído do site oficial da Prefeitura Municipal de Itapetinga, no boletim epidemiológico atualizado em 08/06, apontam para 31 casos confirmados; 3 óbitos; 24 suspeitos e 205 pessoas monitoradas. Até o momento o prefeito só decretou novamente o fechamento de bares, academias e restaurantes, além de atividades esportivas coletivas, deixando de fora as igrejas evangélicas que a cada culto, extrapolam a cota de fiéis estabelecida por Decreto. A igreja Católica por decisão da arquidiocese de Vitoria da Conquista preferiu manter as igrejas fechadas para fiéis, até que o perigo passe.